Um dos maiores problemas do mercado de capitais atualmente é o conflito de interesses. É comum corretores ou administradores de patrimônio indicarem produtos financeiros de baixa rentabilidade a seus clientes porque os ativos sugeridos pagam boas comissões àqueles que os recomenda. Mas o problema agora ficou ainda mais evidente com recentes denúncias de advogados. O caso foi amplamente divulgado pela mídia e conta a história de diversos investidores que perderam milhões por indicações equivocadas de agentes autônomos que os estimularam a fazer operações alavancadas ou colocarem seus recursos em ativos com alto risco e baixa rentabilidade.
O problema, entretanto, não está na corretora x ou y, mas sim a própria forma como o mercado estruturou a remuneração dos profissionais de investimentos. Ora se o percentual ganho ao indicar determinado produto, mesmo que ele não seja o melhor nem o mais adequado ao perfil do investidor, é maior, porque indicar aquele que vai deixar o cliente mais satisfeito? E, pasmem, a diferença entre a comissão de um ativo e outro é bem elevada.
É aí que entra a importância do modelo de fee based como forma de remuneração. Amplamente adotado no mercado internacional, mas ainda de forma tímida no Brasil, o fee based tem como base a cobrança de uma taxa pré-determinada sobre o patrimônio. Desta forma, o recebimento de comissão perde importância, pois a performance passa a ser o ponto central da gestão.
Também conhecido como taxa única de administração, o modelo fee based conta com outra vantagem, que é a possibilidade de o administrador do patrimônio oferecer cashback aos investidores. Isso é possível por causa da transparência na estrutura de custos, permitindo que o cliente saiba exatamente o que está pagando.
Por exemplo, se um determinado produto financeiro, mesmo sendo bastante rentável, oferece alguma comissão, ela pode ser direcionada ao cliente e não ao gestor. Assim, fica mais fácil implementar programas de cashback que, negociados com determinados parceiros, podem chegar a 100% dos comissionamentos. Este formato, por si só, já eleva a rentabilidade do cliente que passa a ter a certeza de que a decisão tomada pelo gestor da carteira e os ativos recomendados são os melhores disponíveis para seu perfil e não estão ali porque pagam mais ao profissional. É a segurança de saber que aquilo que é sugerido é o melhor para o cliente e não para o assessor.
O objetivo de um profissional de investimentos é cuidar do patrimônio de seus clientes de forma a dar a segurança necessária através da diversificação e da escolha de ativos que estejam adequados ao perfil de risco. A seleção da carteira deve seguir o critério básico, de como o perfil do cliente se enquadra na equação de risco e retorno do portfólio sugerido e não porque a comissão recebida é mais robusta.
As denúncias de investidores que agora aparecem na imprensa são consequência de um modelo de remuneração ultrapassado que deve cada vez mais ser substituído pelo fee based. Os profissionais de mercado devem ser como médicos financeiros e indicar o remédio ideal, não aquele do laboratório que dá viagens ou remuneração por receituário. Afinal, existimos para proteger o investidor financeiramente. Nosso objetivo é contribuir para o crescimento de patrimônio a longo prazo em busca de garantir uma aposentadoria sustentável.
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