Após o rompimento da bolha imobiliária dos EUA no ano de 2008, o Fed injetou bilhões de dólares nos bancos americanos, a fim de que eles não quebrassem e a economia voltasse aos trilhos. Todavia, após a efetivação desta medida monetária, o nível de reserva dos bancos, outrora basicamente insolventes, elevou-se consideravelmente. Deste modo, a demanda por reservas reduziu drasticamente e, por consequência, o mercado interbancário esfriou-se.
Visando ressuscitar a Federal Funds Rate, eliminar as reservas em excesso e estimular o mercado (termo este que deve sempre ser visto com cautela, tendo em vista que os Bancos Centrais ludibriam o mercado quanto à situação financeira real, por intermédio de suas políticas monetárias), o Fed passou a realizar sucessivas rodadas de Quantitative Easing, sem, contudo, promover um Qualitative Easing. Ou seja, comprou e revendeu algo que especialistas chamam de lixo financeiro, criando uma enorme bolha de ativos soberanos. Estima-se que a última janela para a elevação das taxas pelo Fed, para que a política monetária fosse normalizada, depois de um extenso período de políticas monetárias proativas, tenha coincidido justamente no período compreendido pelo Brexit. Na ocasião, o Banco Central americano optou justamente por realizar outra rodada de Quantitative Easing e abaixar as taxas mais ainda, o que agravou de maneira mais preocupante a situação da economia interna.
Em resumo, há especialistas que dizem que a ocorrência de uma crise norte-americana não envolve mais o termo SE, mas, agora, o termo QUANDO. Deste modo, Peter Schiff, CEO da Euro Pacific Capital, que previu a bolha imobiliária de 2008, e que já vem alertando por muito tempo acerca da criação de outra bolha pela atuação desmedida do Fed, argumenta que, no que se refere à instituição, ao contrário do que o ex-presidente americano Teddy Roosevelt pregava (fale baixo e carregue um grande porrete), eles falam alto demais e não carregam nenhum porrete. Expondo sua crença de que, apesar dos sinais que todos julgavam estar apontando para uma elevação de taxas por parte do Fed, ele acreditava que não se passava de uma ladainha, e que, no final das contas, a ação efetivada seria uma última rodada de Quantitative Easing, mantendo a tradição da instituição nos últimos anos. Essa previsão foi feita, segundo o CEO, pelo fato de que caso a elevação de taxas ocorresse, a economia do país implodiria antes mesmo das eleições presidenciais e a Bolsa poderia enfrentar sérios problemas.
Portanto, Peter julga que os burocratas irão, mediante a iminente crise que bate à porta dos EUA, sacrificar o dólar para evitar que a Bolsa quebre, pela segunda vez na História.
Para entender melhor a situação do Federal Reserve, sugiro um artigo do Mestre em Economia Austríaca, Fernando Ulrich, datado de 2015, no site do Instituto Mises Brasil, cujo título é Qual a estratégia de saída do Fed?
Para conhecer mais a visão de Peter Schiff, sugiro visitações em seu site, em sua página de facebook e em seu canal no youtube