Para alguns ela foi hawkish, para a maioria, confusa e desta maneira podemos resumir a decisão do FOMC ontem e em especial, o discurso de Powell que se seguiu, ao tentar dar um norte para a política monetária americana neste ano.
Uma coisa é certa, ocorrerá uma elevação de juros, a qual aliás já deveria ter ocorrido, em meio à forte pressão inflacionária histórica que os EUA têm passado recentemente, que tem na sua origem o choque global de oferta, pressões de commodities, mas acima de tudo, os programas de estímulo pós-COVID.
Repetimos mais do que constantemente que tais programas são a raiz do problema inflacionário ao promover um derrame de dinheiro na economia em diversas formas, como recursos de socorros aos negócios, programas generosos de auxílio desemprego e outros estímulos.
Diferente do COPOM, o FOMC tem duplo mandato, inflação e emprego e ao citar o segundo em seu discurso ontem, Powell foi enfático em dizer que existem hoje em dia nos EUA mais vagas em aberto do que desempregados.
Neste sentido, metade do mandato do Fed foi cumprido e em partes por uma parcela da população que decidiu ou pedir demissão, ou não mais procurar emprego, enquanto durarem os “cheques” semanais de em torno de US$ 400.
Esta deturpação das teorias econômicas consideradas mais ‘ortodoxas’ tem cobrado seu preço não somente nos EUA, mas também na Europa e com isso, o choque de ofertas que se impôs vindo da Ásia foi o catalisador ‘perfeito’ para a inflação que observamos hoje.
No discurso que seguiu a decisão, onde o comunicado foi bastante sucinto e abriu possibilidade de uma leitura mais rua pelo Fed, Powell se desdobrou mais uma vez com o malabarismo retórico para justificar o que ele acredita ser a melhor decisão.
Neste sentido, Powell ‘foi e voltou’ diversas vezes, expressando a necessidade de elevação de juros, porém a pergunta sobre prazos sempre recebia uma resposta ‘elástica’, indo de “o mais em breve possível”, até “vamos discutir esta decisão na próxima e provavelmente na outra reunião”, ou seja, deixou tudo em aberto.
O foco dos analistas se volta agora mais fortemente à inflação, ao mercado de trabalho e indicadores de atividade econômica nos EUA, como o PIB hoje.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, após a decisão de juros nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, seguindo a decisão de juros do Fed e digerindo o comunicado.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto o minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com o nervosismo da interrupção da oferta à medida que as tensões geopolíticas crescem.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -3,79%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 5,4418 / 0,02 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / -0,365%
Dólar / Iene : ¥ 115,07 / 0,305%
Libra / Dólar : US$ 1,34 / -0,253%
Dólar Fut. (1 m) : 5411,08 / -0,76 %
Juros futuros (DI)
DI - Janeiro 23: 12,02 % aa (1,74%)
DI - Janeiro 24: 11,43 % aa (0,66%)
DI - Janeiro 26: 10,97 % aa (-0,50%)
DI - Janeiro 27: 11,09 % aa (-0,72%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,9849% / 111.289 pontos
Dow Jones: -0,3780% / 34.168 pontos
Nasdaq: 0,0209% / 13.542 pontos
Nikkei: -3,11% / 26.170 pontos
Hang Seng: -1,99% / 23.807 pontos
ASX 200: -1,77% / 6.838 pontos
ABERTURA
DAX: -0,435% / 15392,21 pontos
CAC 40: -0,076% / 6976,67 pontos
FTSE: 0,366% / 7497,15 pontos
Ibovespa Futuros.: 0,92% / 111903,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,02% / 4342,5 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: 0,037% / 14195,50 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -0,08% / 106,54 ptos
Petróleo WTI: 0,13% / $87,46
Petróleo Brent: 0,09% / $90,04
Ouro: -0,27% / $1.816,23
Minério de ferro: 0,04% / $129,40
Soja: -0,09% / $1.441,00
Milho: -0,20% / $626,50
Café: -1,00% / $236,25
Açúcar: 0,00% / $18,48