A Ata da última reunião do Federal Reserve, Fed, será divulgada hoje e majoritariamente o mercado espera que o banco central americano mantenha uma postura mais dura no contexto da subida de juros. O motivo: trazer a inflação ao consumidor para a meta.
A inflação acumulada de 12 meses findos em julho dos EUA alcançou 8,5%, um arrefecimento de 0,6 ponto percentual frente ao mês anterior. Por um lado, o mercado fez uma leitura positiva, salientando que o pico da inflação ficou para trás, especialmente depois que os preços do barril de petróleo deram uma trégua no mercado internacional diante das expectativas de menor crescimento chinês.
Contudo, o último dado do mercado de trabalho americano, tanto da taxa de desemprego quanto do payroll, trouxeram um certo otimismo para os agentes, afastando os murmurinhos da recessão. Mas, o perigo está justamente neste cenário: o mercado de trabalho aquecido tem como consequência a pressão por maiores salários, que eleva os custos das empresas, das quais repassam para os produtos.
Em outras palavras, apesar do arrefecimento da taxa de inflação neste curto período de tempo, a dinâmica econômica dos EUA tem mostrado resiliência, abrindo espaço para que o Fed siga a escalada dos juros nas próximas reuniões, ou seja, um Fed hawkish.
Neste contexto, o aumento de juros na maior economia mundial tende a gerar impactos tanto internos, com o aumento do custo do crédito e diminuição da demanda, afetando setores cíclicos, quanto externos, com o fortalecimento da moeda americana frente aos seus pares.
Dessa forma, a tendência de curto prazo é que a divisa cambial R$/US$ mantenha-se nos atuais níveis enquanto o Fed manter o compromisso de elevação dos juros. Para os investimentos, a exposição em ativos internacionais e naqueles nacionais que possuem a receita majoritariamente dolarizada chamam a atenção.
Para os investimentos locais a postura hawkish do Fed sustenta a tese de que a taxa básica de juros brasileira se manterá no dois dígitos no médio prazo, favorecendo o cenário de investimentos em ativos de renda fixa em detrimento dos ativos com maior exposição ao risco, como as ações, por exemplo.
Por fim, parafraseando o Banco Central brasileiro "seguiremos vigilantes" diante o cenário em que dados macroeconômicos de curto prazo têm mudado completamente o humor do mercado e as expectativas, em que pede para o investidor buscar minimizar seus riscos através da diversificação dos seus investimentos.