Começam nesta semana os lançamentos de dados nos EUA que podem confirmar o início do corte da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) na próxima reunião em 18 de setembro. Será divulgado na terça-feira (13) o índice de preço ao produtor (IPP) de julho, enquanto o índice de preço ao consumidor (IPC) será conhecido no dia seguinte.
Se ambos os dados de inflação, especialmente os núcleos que excluem os itens voláteis como alimentos e energia, vierem dentro ou abaixo do consenso, será praticamente certo de que o Fed inicie o corte de juros em 25 pontos-base daqui a um mês. Em coletiva de imprensa após a reunião de julho, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os dados que saíam até então sobre a inflação e o mercado de trabalho caminhavam para que os juros começassem a cair em setembro, embora enfatizasse a continuação dos dados positivos em agosto e na primeira quinzena de setembro para que houvesse a possibilidade de cortes.
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Por isso, os dados de atividade como produção industrial e vendas no varejo, que serão conhecidos na quinta-feira, se tornam primordial para entender a intensidade da desaceleração da economia dos EUA: de um pouso suave, forte aterrissagem ou recessão. Os mercados flertaram no início da semana com a possibilidade de uma recessão nos EUA devido a dados mais fracos do que o estimado no fim da semana passada, mas houve alívio essa semana com dados melhores.
Porém, foi o suficiente, alinhado com os fortes recuos dos ativos de risco com o fim do financiamento fácil para carry trade após a alta de juros pelo Banco do Japão, para que o Fed se encaminhasse para o início da flexibilização monetária. Os discursos de três membros do Fed na próxima semana devem calibrar essas expectativas e o tamanho da magnitude dos cortes este ano, com o mercado oscilando em três cortes de 25 pontos-base nas reuniões restantes do ano, como até cortes mais intensos totalizando 100 ou 125 pontos-base de recuo nos juros.
No Brasil, as atenções dos investidores se voltam para a divulgação, pelo IBGE, do volume do setor de serviços, na terça, e das vendas no varejo no dia seguinte. O IBC-Br de junho, índice de atividade econômica considerado uma prévia do PIB e mensurado pelo Banco Central do Brasil (Bacen), será conhecido na sexta-feira.
Os dados de atividades no Brasil também são acompanhados de perto, especialmente o varejo e o setor de serviços, cuja dinâmica atual está acima do projetado e apontado como um dos fatores de risco de aceleração inflacionária pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Bacen. Se ambos os dados vierem acima do projetado, tendem a reforçar a expectativa de uma eventual alta da taxa Selic pelo Copom em setembro.