Ontem, com a ata da última reunião do FOMC, onde parte dos investidores sequer esperava por grandes surpresas, especialmente após a efusão de comentários de membros do comitê após a reunião passada.
Novamente, a surpresa veio na forma da informação truncada, pois em momentos críticos, o Fed transparecia iniciar de maneira mais intensa o aperto monetário, comparando inclusive ao movimento de 2015.
Todavia, o documento não deixa explicito em que momento ocorre o início efetivo da redução do balanço, aliás, sequer de quando termina a ainda constante expansão do balanço (balance sheet), dando a entender que o aumento de juros vem antes disso tudo ocorrer.
Como usualmente tem acontecido, o Fed passa a impressão de que se recusa a retirar os estímulos, ao aguardar que a tão sonhada temporariedade da inflação finalmente se torne realidade e que ao menos a liquidez seja preservada.
O problema desta premissa é que deve contar com uma série bastante especifica de fatores, entre eles diversos exógenos, fugindo ao controle da política monetária e repousando praticamente na seara da fé.
Como por exemplo, esperar que o problema do choque de ofertas na China se resolva, o que existem sinais de que está acontecendo, mas não há como controlar em que velocidade isso deve ocorrer e que o petróleo ceda de preço, sem que o governo americano volte a incentivar o óleo de xisto.
Se em pelo menos um trimestre todo este cenário se mostrar real, ainda resta o impacto da injeção de recursos na economia sob suas diversas formas, desde a injeção direta de recursos via auxílios desemprego e empréstimos descontados a empresas, até o constante fluxo de recursos alimentados pela compra e recompra de ativos por parte do Fed.
Portanto, não basta esperar a solução ‘cair do céu’, como parece sugerir nas entrelinhas o Fed, porém é necessário que o comitê aja de maneira mais proativa do que aparentemente está fazendo.
Portanto, uma alta de juros agressiva, sem o fim da expansão do balanço, com a devida redução e fim dos ‘desincentivos’ à mão de obra se recolocar, a alta de juros terá impacto limitado naquilo que importa: o controle da inflação.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com o alívio das tensões russo-ucranianas e reação à decisão do FOMC.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, seguindo a resposta ocidental à ata do FOMC e a situação geopolítica.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao cobre e minério de ferro.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, em meio às menores tensões nos balcãs.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 5,85%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,129 / -0,79 %
Euro / Dólar : US$ 1,14 / -0,150%
Dólar / Yen : ¥ 115,11 / -0,338%
Libra / Dólar : US$ 1,36 / 0,081%
Dólar Fut. (1 m) : 5156,81 / -0,77 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,38 % aa (-0,84%)
DI - Janeiro 24: 11,96 % aa (0,38%)
DI - Janeiro 26: 11,20 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 27: 11,22 % aa (-0,04%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,3072% / 115.181 pontos
Dow Jones: -0,1560% / 34.934 pontos
Nasdaq: -0,1108% / 14.124 pontos
Nikkei: -0,83% / 27.233 pontos
Hang Seng: 0,30% / 24.793 pontos
ASX 200: 0,15% / 7.296 pontos
ABERTURA
DAX: 0,034% / 15375,55 pontos
CAC 40: 0,195% / 6978,58 pontos
FTSE: -0,594% / 7558,65 pontos
Ibov. Fut.: 0,22% / 116690,00 pontos
S&P Fut.: -0,51% / 4447,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,668% / 14504,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,39% / 111,23 ptos
Petróleo WTI: -2,33% / $91,48
Petróleo Brent: -2,08% / $92,84
Ouro: 0,89% / $1.886,67
Minério de Ferro: -1,59% / $142,23
Soja: 0,22% / $1.595,00
Milho: -0,04% / $647,50
Café: 0,22% / $252,70
Açúcar: 0,06% / $18,05