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Fed dita o ritmo da política da maioria dos bancos centrais ao elevar os juros

Publicado 08.11.2022, 11:30
Atualizado 09.07.2023, 07:31
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  • Powell afirma que o Fed pode reduzir o ritmo de elevações de juros, mas subir a faixa-alvo das taxas.
  • A expectativa dos economistas é que o banco central dos EUA reduza ou interrompa o aperto quantitativo em meados de 2023.
  • O Japão mantém juros baixos e suporte ao iene, enquanto sinaliza mudança de política.
  • O Federal Reserve está ditando o ritmo dos principais bancos centrais do mundo, ao elevar os juros em 0,75%, ao mesmo tempo em que o presidente da instituição, Jerome Powell, promete elevar a faixa-alvo das taxas e em que os investidores esperam que os juros básicos atinjam o topo em 5% na próxima primavera local.

    Não há mais rumores de uma mudança imediata de postura em relação ao aperto da política monetária, na medida em que a inflação e o emprego continuam registrando firme alta. A elevação dos juros na semana passada fez com que a faixa-alvo subisse para 3,75% a 4,0%.

    Powell sugeriu que o Fed poderia reduzir o ritmo de elevações de juros a partir da reunião de dezembro, mas pediu que os investidores se concentrassem na taxa terminal, que será maior e fará com que seja mais difícil evitar um “pouso forçado” na economia dos EUA.

    “Temos muito caminho pela frente”, afirmou Powell na coletiva de imprensa de quarta-feira, após dois dias de reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), órgão responsável pela política monetária dos EUA.

    “Gostaria que as pessoas compreendessem que o nosso compromisso é resolver essa questão. E não cometer o erro de não fazer o bastante ou de retirar nossa forte política cedo demais”.

    O Banco da Inglaterra seguiu seu exemplo na quinta-feira, com seu próprio aumento de 0,75%, enquanto o Banco Central Europeu continuou tentando correr atrás do prejuízo, subindo as taxas em igual magnitude na semana anterior.

    Quais opções eles têm? Ambos os bancos centrais enfrentam uma inflação renitente, agravada pela escassez de energia gerada pela estratégia da Rússia de punir o Ocidente por conta das sanções contra a guerra na Ucrânia. Os bancos centrais não podem se dar ao luxo de perder terreno, à medida que o Fed segue impulsionando o dólar com seus aumentos de juros.

    O dólar arrefeceu um pouco, mas o banco holandês ING previu, nesta semana, que a moeda americana seguiria forte, acreditando que o euro poderia ficar abaixo de 0,95 contra a divisa dos EUA.

    Enquanto isso, economistas de bancos especulam que o Fed pode ter que interromper o enxugamento do seu portfólio de títulos em meados do ano que vem, embora o banco tenha elevado o limite ao não reinvestir a receita obtida com o vencimento de títulos para US$ 95 bilhões por mês, contra US$ 47,5 bilhões em setembro.

    Seu raciocínio é que uma interrupção dos aumentos de juros em meados do ano que vem implicaria uma mudança para o aperto quantitativo, como é conhecido esse processo. Além disso, analistas estão preocupados com o fato de que o enxugamento de portfólio poderia reduzir as reservas bancárias muito rapidamente.

    O Banco do Japão permanece fiel à sua política de manter os juros baixos, distanciando-se do BCE e do Banco da Inglaterra, que estão seguindo os aumentos de juros do Fed. O Japão gastou US$ 43 bilhões em outubro para dar suporte ao iene, mantendo a moeda do país abaixo de 150 contra o dólar, em sua primeira intervenção no mercado de câmbio desde 1998.

    Analistas ocidentais dizem que a moeda ainda pode cair mais, superando 150 frente à divisa americana. O Ministro da Fazenda, Shun’ichi Suzuki, disse na semana passada que o governo ficaria vigilante, monitorando a pressão dos movimentos do Fed.

    O presidente do banco central, Haruhiko Kuroda, indicou na semana passada que as pressões inflacionárias geradas pela desvalorização do iene poderiam forçar a instituição a modificar levemente sua política de controle da curva de juros, através da qual a instituição mantém as taxas de juros de curto prazo em -0,1% e a do título de dez anos em zero. Mas o Japão manteria sua política acomodatícia.

     

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