Bem vindos aqui, pessoal que acompanha o mercado de câmbio! E lá vamos nós para mais um fechamento da semana no câmbio. Desta vez sem novidades, só acomodando os acontecimentos do mercado financeiro e de olho no payroll nos EUA. Uma pausa no ciclo de aperto monetário por lá seria possível já em março, contudo uma geração de empregos mais forte seria um risco de alta para os juros americanos. Vamos ver…
Conforme estava falando aqui no decorrer da semana, o diferencial de juros falou mais alto e o dólar à vista fechou o dia ontem cotado a R$ 5,0457 na venda. Chegou a subir mesmo na parte final do pregão, com movimento de alta da dívida no exterior atribuído aos importadores, que aproveitaram o "barateamento" da moeda no exterior para ir às compras. Apesar de ter fechado neste patamar, vimos boa parte do pregão o dólar comercial negociado abaixo de R$ 4,99. Na mínima do dia chegou a cair até 2,42%, para R$ 4,9408, mas aos poucos foi retomando e voltou a operar acima de R$ 5,00.
O tombo recente do dólar, tanto no exterior quando no mercado local, foi desencadeado em parte pela decisão da véspera do Federal Reserve de elevar sua meta de taxa de juros em 0,25 ponto percentual, uma desaceleração em relação a aumentos anteriores de 0,50 e até 0,75 ponto. Nos Estados Unidos, esta ação do Banco Central mostra moderação, e há otimismo em relação ao cenário inflacionário do país, enquanto o Federal Reserve vem reduzindo paulatinamente o ritmo de sua alta de juros.
Tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, as palavras das autoridades levaram investidores a cortar suas estimativas do pico dos juros ou taxa "terminal" esperada no atual ciclo de aperto monetário. Na Europa, o BCE elevou suas principais taxas de juros em 0,50 ponto percentual e disse que pretende fazer um aumento adicional de 0,50 ponto percentual em sua próxima reunião em março. Por lá a guerra contra a inflação ainda não está ganha.
Por aqui, o Banco Central do Brasil decidiu na quarta-feira manter a Selic em 13,75% ao ano e indicou que as taxas permanecerão elevadas por mais tempo, ressaltando que a incerteza fiscal e a deterioração nas expectativas de inflação do mercado elevam o custo para atingir as metas.
Quanto maior o diferencial entre os custos dos empréstimos domésticos e internacionais, mais atraente fica o real para uso em estratégias de "carry trade", que consistem na contratação de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desses recursos em praça mais rentável.
Não podemos deixar de citar a reabertura econômica na China como mais um impulso para a divisa doméstica e outras moedas de países emergentes.
Aqui nosso foco deve ser no fiscal. O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), afirmou nesta quinta-feira que o Executivo deve encaminhar uma proposta de reforma tributária até abril.
No calendário econômico de hoje, temos na Zona do Euro, antes do mercado abrir, o PMI de serviços e composto de janeiro e o IPP de dezembro. Aqui no Brasil, conheceremos a produção industrial de dezembro e PMI de serviços e global de janeiro. Nos EUA, sairá o indicador mais importante da semana, o Payroll (relatório de emprego privado) de janeiro e PMIs de janeiro.
Ótimo final de semana e muito lucro!!!