Estamos vivendo um momento complicado política e economicamente no país. A questão fiscal com o rompimento do teto, além do ano que vem, com as eleições, faz do país um ambiente de risco para o investidor. A deterioração dos termos de troca do Brasil, por conta de novas quedas do preço do minério de ferro, em particular, e um ambiente externo menos favorável devem levar o real a se enfraquecer ainda mais em 2022.
Embora a economia mundial apresente uma retomada após a pandemia, o ritmo da recuperação vai desacelerar, com o crescimento nos Estados Unido e na China menores do que se espera. Ao mesmo tempo, o Federal Reserve e outros bancos centrais de países desenvolvidos devem continuar o processo de normalização de suas políticas monetárias. Acompanharemos dados do Payroll hoje, principal indicador da economia norte-americana, que mede o desempenho e a força do país.
O Brasil teve um fluxo cambial positivo de US$ 766 mi em outubro.
Um aperto monetário maior provavelmente dará algum suporte ao real. Veremos na próxima Selic.
A votação em segundo turno da PEC dos Precatórios ocorrerá na próxima terça-feira, assim como a análise dos destaques apresentados após aprovação do texto-base da PEC em primeiro turno na madrugada de quarta para quinta feira.
E ontem a moeda norte-americana à vista subiu 0,35%, fechando cotada a R$ 5,6085 na venda.
A manutenção do desalinhamento, além dos fundamentos externos de longo prazo, que melhoraram significativamente nos últimos meses, sugere que a percepção de risco relativa à situação fiscal e política mantém-se elevada, ocasionando momentos de grande volatilidade no mercado cambial.
As incertezas orçamentárias com eventual revisão do teto de gastos poderão manter o risco-país em patamares altos ao longo deste final de 2021 e de 2022 e, logo, o mercado cambial pressionado.