No último dia útil de fevereiro, tivemos o Ibovespa fechando nos 110.035 pontos, uma queda percentual no dia de 1,98%, com uma queda acumulada na última semana do mês girando na casa dos 7,10%.
Além dos riscos políticos, problemas fiscais, intervenção em estatais, agravamento da situação da COVID-19, alta da inflação dos alimentos, combustíveis, energia elétrica dentre outros aumentos, desemprego em máxima histórica e falta de insumos para produção de diversos produtos industriais, o setor farmacêutico e hospitalar sendo o mais afetado devido à demanda do mesmo pela pandemia, são os desafios de curto prazo iminentes que precisam ter boas notícias dentro do mês de março para uma melhora em nosso mercado de ações e da economia de uma forma geral.
A aprovação do novo pacote econômico norte-americano de 1,9 trilhões em socorro à economia e às famílias devem promover um novo estímulo ao mercado de ações no curto prazo, mas é um remédio que tem uma conta caríssima a ser resolvida no futuro com aumento na inflação, algo que tomou conta do mercado por lá nesta última semana e deve permanecer no radar dentro deste mês também.
O aumento dos Treasuries (títulos de dívida pública americana) provocou forte realização de lucros no mercado de ações por lá e esta situação respingou em todos os mercados. Os emergentes acabam sofrendo mais e com isso temos uma saída em massa de investidores estrangeiros da nossa bolsa de valores, movimento que presenciamos com forte intensidade nos pregões de quinta e sexta-feira desta última semana.
Por aqui o novo pacote de auxílio emergencial que já deve entrar neste mês de março com validade de quatro meses certamente irá trazer novo estímulo ao consumo, mas sabemos que isso é apenas um curativo muito superficial para uma economia bastante fragilizada.
O resultado do PIB ano de 2020 que sai nesta quarta-feira 03/03/21 deve ser o divisor de águas de para onde irá o nosso mercado de ações. Quero lembrar que, desde o início da pandemia até o presente momento, mais de 60% das ações estão deficitárias em relação ao fechamento de fevereiro do ano passado.
Espaço para subir é o que não falta, vamos ver quais serão as tomadas de decisão dos grandes players institucionais ao longo do mês, lembrando que temos um horizonte muito menos nebuloso do que o do ano passado para este mesmo período, auge do crash do mercado de ações em 2020.
Por outro lado, no primeiro dia útil do mês de março, na primeira hora de negociações do mercado futuro, temos o índice Ibovespa Futuros já operando-nos 112 mil pontos o que irá proporcionar uma boa recuperação do nosso mercado de ações ao longo de todo dia.