Uma empresa normalmente paga bons dividendos porque possui características de previsibilidade de receitas e contratos longos, como por exemplo as que atuam na transmissão de energia elétrica. Nesse setor há companhias com payout de 95%, ou seja, a maior parte do seu lucro é distribuído entre os seus acionistas.
Mas acompanhe o raciocínio: Se o lucro é distribuído, significa que ela não reinveste; Se não reinveste é porque sabe que não tem muito espaço para crescer; Se não cresce, a geração de valor no longo prazo é muito menor, consequentemente, a chance das suas ações decolarem são muito menores.
Tudo bem que isso não seja uma verdade absoluta. Os bons bancos são prova disso. Mesmo assim, quando pensamos em geração de valor, temos que analisar principalmente o cenário que se constrói para possibilitar o crescimento do negócio, e o lucro reinvestido é sempre a situação ideal.
A empresa não paga dividendos? Ótimo! Olhe para seus indicadores fundamentalistas. Analise se isso ocorre porque ela reinveste, adquirindo maquinário, aumentando sua planta fabril, comprando e incorporando empresas menores, expandindo seus negócios. Se for esse o caso, as chances de seu valor aumentar significativamente são grandes.
Se o seu objetivo for viver de renda, não faz sentido adotar a estratégia de Dividend Investing enquanto está trilhando o caminho. Você só vai atingir sua independência financeira quando o valor que possuir em investimentos gerar proventos que representem 100% da sua renda.
Exemplo: Para receber R$ 6,5 mil por mês (80 mil por ano) de uma empresa com DY de 8%, você precisa ter 1 milhão de reais investidos nela. Isso se a tributação de dividendos não for aprovada (deve ser nos próximos meses) e o governo não retiver de 15 a 25% desses proventos.
Se você ainda não possui um grande volume investido, foque em VALUE INVESTING, não em DIVIDEND INVESTING.
As chances de ver seu patrimônio se multiplicar são infinitamente maiores.