Diversidade, sustentabilidade, governança corporativa: são muitos os temas relevantes hoje no mercado que simplesmente não entravam na pauta até pouco tempo atrás. No entanto, são poucos os investidores que já colocaram eles no radar na hora de decidir os seus investimentos – e são eles que saíram na dianteira quando o assunto é longo prazo.
Duvida? Então esta coluna é para você.
Veja a ação da Vale (SA:VALE3), que sofreu um tombo de 20% no dia após a tragédia de Brumadinho. Os prejuízos sofridos pela mineradora se acumulam e ação, que já chegou a valer R$ 56, hoje é negociada a R$ 49.
Ou pegue o exemplo da finada WCO – a Weinstein Company, que faliu depois do escândalo envolvendo o seu fundador, Harvey Weinstein. A produtora independente acumulou diversos Oscars, era sinônimo de sucesso em Hollywood e foi à bancarrota depois do conjunto de mais de 100 denúncias de abuso sexual e estupro envolvendo Weinstein.
Quando falamos assim, olhamos apenas para o lado negativo. Tragédias ambientais e escândalos sexuais podem sim destruir companhias. Mas precisamos ver a questão pelo lado positivo. Empresas que contam com políticas de sustentabilidade e diversidade são mais rentáveis - e existem números para comprovar.
De acordo com a pesquisa “Diversity Matters”, empresas brasileiras com mulheres no time executivo têm 50% mais chances de ter uma rentabilidade maior. Entre as empresas listadas na B3 com mulheres em cargos de liderança, 64% têm seu EBIT acima da mediana. Já aquelas que não possuem mulheres em altos cargos hierárquicos, apenas 43% têm resultados acima da mediana.
O motivo é simples: com maior diversidade na mesa de decisões, maiores as chances de as empresas definirem estratégias, produtos e serviços que tenham maior ressonância com o público feminino. Como as mulheres representam mais de 80% do poder de decisão na hora das compras, conseguir entender e se comunicar com elas é decisivo para o desempenho das empresas.
Desta forma, empresas que contam com políticas de contratação e promoção de mulheres têm vantagem no médio e longo prazo. Afinal, quanto maior o faturamento, melhor o desempenho das ações.
Não é à toa que temos visto, dentro da Ella’s Investimentos, uma demanda crescente por investimentos com foco em sustentabilidade e diversidade. Não se trata apenas de uma política de aplicação “interessante”- mas sim, uma visão de futuro.
Investir, portanto, em empresas que têm esta preocupação com diversidade, sustentabilidade e governança corporativa é uma estratégia inteligente para quem não está na Bolsa preocupado com o curto prazo.