Quando o Facebook (NASDAQ:FB) divulgar seu balanço do quarto trimestre amanhã, os resultados devem seguir o mesmo padrão visto pelos investidores no ano passado: forte crescimento das receitas e impacto moderado das investigações políticas e regulatórias.
Esse possível resultado, que contrasta com as dificuldades enfrentadas pela gigante das redes sociais em Washington, onde é alvo de investigações antitruste, deram aos investidores a confiança necessária para continuar pagando mais caro pelas ações do Facebook nos últimos 12 meses. Seus papéis atingiram a máxima recorde de US$ 222,75 em 22 de janeiro, antes de as ações mundiais terem sido atingidas pela ansiedade causada pela disseminação do coronavírus. As ações fecharam o pregão em queda pelo quarto dia consecutivo, a US$ 214,87.
Embora o crescimento no principal aplicativo do Facebook tenha desacelerado, a empresa ainda está adicionando usuários rapidamente em outras propriedades. No total, 2,8 bilhões de pessoas usam pelo menos um aplicativo do Facebook – Facebook, Instagram, WhatsApp ou FB Messenger – mensalmente, o que o faz ser a maior rede social do mundo.
Animados com essa estratégia de crescimento, os analistas têm previsões de bons números de receita e lucro no quatro trimestre. O Facebook deve registrar US$ 20,88 bilhões em vendas amanhã, uma disparada de cerca de 23% em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a previsão consensual dos analistas. A expectativa é que o lucro por ação suba 6%, para US$ 2,52, em relação ao mesmo período do ano passado.
Principal plataforma ainda está crescendo
As ações do Facebook dispararam mais de 70% desde a mínima do final de 2018, o que também reflete o fato de que Mark Zuckerberg e a empresa estão conseguindo proteger bem seus negócios mais importantes contra a enxurrada de ações regulatórias e publicidade negativa.
No terceiro trimestre, a base de usuários mensais do Facebook cresceu 35 milhões ao redor do mundo, incluindo 3 milhões de novos usuários no lucrativo mercado da América do Norte, que vem mostrando alguns sinais de desaceleração nos últimos anos. Esse crescimento no engajamento dos usuários ocorre no momento em que novos recursos implementados pelo Facebook, como o “Stories” e seu aplicativo Instagram, tornam-se mais populares e geram mais receitas com publicidade. A empresa de pesquisas EMarketer estima que o Instagram gerará mais de US$ 15 bilhões em receita publicitária neste ano, em comparação com US$ 9,1 bilhões em 2018.
O resultado desses sucessos é que a margem operacional do Facebook, uma medida da sua lucratividade, ainda gera inveja a muitos CEOs. Ela voltou a superar a casa dos 40% no terceiro trimestre, em comparação com 27% no segundo trimestre e 22% no primeiro.
Dito isso, os desafios do Facebook quanto às investigações regulatórias são bastante significativos e têm implicações no futuro da companhia. A empresa é uma das principais companhias de tecnologia a enfrentar diversas investigações regulatórias focadas no seu poder monopolístico, no uso indevido da sua plataforma e em suas práticas de uso de dados.
O Departamento de Justiça dos EUA está realizando uma investigação antitruste contra o Facebook, assim como a Comissão Federal de Comércio e mais de 40 procuradores estaduais. Olhando para o futuro, o Facebook continua sujeito a pressões políticas e possível volatilidade no preço das suas ações, principalmente em 2020, quando os eleitores norte-americanos escolherão seu presidente para o próximo mandato.
Resumo
De fato, não há qualquer garantia de que os desafios darão trégua para a maior plataforma de mídia social do mundo no curto prazo. Em sua última teleconferência com analistas, em outubro, Zuckerberg alertou que 2020 será “um ano bastante difícil”, na medida em que a empresa se prepara para a eleição presidencial de novembro.
Apesar desse complicado ambiente operacional e do tom cauteloso da companhia, a verdade é que não existe nenhuma outra plataforma tão poderosa e global como o Facebook. Não acreditamos que esse poder esteja diminuindo, e é justamente por isso que continuamos gostando dos papéis do Facebook, apesar dos seus altos e baixos.