Nas primeiras semanas de janeiro de 2025 as atenções se voltaram para os EUA e o seu novo governo. Quais medidas seriam tomadas e como ficaria a relação entre os países, diante de uma relação, não tão próxima, entre os presidentes.
Voltando a 2024, em relação à exportação de carne bovina in natura, os resultados foram positivos.
Nos doze meses, foram exportadas 189,2 mil toneladas de carne bovina in natura, volume 93,7% maior que em 2023, o que tornou o país nosso segundo maior comprador. Em relação ao faturamento em dólares, a alta foi de 103,4% na comparação anual.
Figura 1. Volume de carne bovina in natura exportada pelo Brasil para os EUA (em mil toneladas).
Fonte: Secex / Elaboração: HN AGRO
Exportamos 191,2% mais que a cota de exportação de carne bovina do Brasil para os EUA, que atualmente é de 65 mil toneladas/ano. Apesar do aumento no custo da importação com o volume extra, a viabilidade não deixou de existir.
Para 2025, se não tivermos alterações nas regras, as expectativas continuam positivas. O ano começou com um bom ritmo nas exportações para os EUA, sendo o país um dos principais destinos da carne brasileira nesse começo de ano.
No mercado local norte-americano, o período de alta de preços do ciclo pecuário deve continuar.
Segundo dados do USDA o rebanho bovino inicial em 2025 recuou 1,3%, quando comparado ao de 2024, e a produção de carne deve diminuir 4,0%, também na comparação com o ano passado.
Junto ao câmbio, esses fatores devem continuar favorecendo a exportação brasileira.
Em relação aos abates de vacas, ainda segundo o departamento, deve acontecer uma queda de 7,7% no número de cabeças abatidas. Isso demonstra que o país deve começar o processo de recuperação do rebanho nos próximos anos, mas nesse momento uma menor oferta de fêmeas colabora para a expectativa de diminuição da produção.
Assim, apesar dos dados serem positivos para o Brasil, um ponto de atenção é que, apesar da expectativa dos preços da carne continuarem altos nos país e isso favorecer a carne brasileira, é preciso acompanhar eventuais medidas que possam ser tomadas pelo novo governo.
* Colaborou Isabella Camargo, analista da HN AGRO.