Caro(a) Trader
Semana com alguma correção em bolsas ao redor do globo. Discurso do novo presidente do FED, Jerome Powell, foi considerado “hawkish” por parte do mercado, e pode levar a uma revisão de expectativas para aumento maior ou mais rápido dos juros nos Estados Unidos. Interessante acompanhar o rendimento do título de dez anos americano. Acima de 3% poderá trazer mais correções aos mercados, segundo alguns analistas. Nesta sexta único destaque era o PMI de construção do Reino Unido, porém é possível que a primeira ministra Theresa May faça um pronunciamento, trazendo mais luz sobre o Brexit.
Já na semana que vem os destaques começam no domingo, com o resultado das eleições parlamentares na Itália e PMI de serviços da Caixin, na China. A segunda conta com mais PMIs: França, Alemanha, Reino Unido, Zona do Euro e EUA. Terça o destaque fica por conta da produção industrial brasileira. Quarta tem PIB da Zona do Euro, variação dos empregos privados (ADP) e estoques de petróleo nos EUA, e PIB do Japão. Quinta é dia de balança comercial chinesa na madrugada, decisão da taxa de juros da Zona o Euro e novamente China, à noite, com números de inflação. E como toda a primeira sexta-feira de cada mês, será a vez do nonfarm payroll americano para terminar de agitar a semana. De olho no ganho médio por hora trabalhada, que é divulgado junto.
Hoje vamos voltar a falar do açúcar, último artigo foi dia 05/01, onde abordamos:
“Os preços romperam a possível resistência na região de US$ 15,24, indo até US$ 15,46, porém respeitaram a LTB de longo prazo (linha amarela) voltando a cair até US$ 13,62. Parece que o possível suporte não era em US$ 13,80, e sim um pouco mais abaixo. Nas duas últimas semanas do ano, os investidores vendidos cobriram suas posições fazendo o açúcar superar a LTB de longo prazo sugerindo o começo de um cenário altista. Para confirmar, pode ser interessante observar se os preços poderão ultrapassar os US$ 15,46, que foi a última máxima ao romper a resistência (1ª linha tracejada de baixo para cima). Caso não ocorrer esta ultrapassagem, a volta do cenário baixista poderia se dar com os preços ficando abaixo do possível suporte em US$ 13,62 (2ª linha tracejada de baixo para cima)”.
Vamos agora ao que aconteceu desde lá. A seta amarela indica a região de preços do último artigo. Os preços se aproximaram da região de US$ 15,46, porém voltaram a cair, rompendo a região de possível suporte em US$ 13,62 e se aproximando de outra possível região de suporte, em US$ 12,71. Parece que o excesso de oferta de açúcar vem pressionando os preços para baixo, mantendo o cenário díficil para os produtores. A Bunge, grande player no mercado, anunciou o encerramento do seu escritório global de trading e cogita vender ou desmembrar suas operações de açúcar no Brasil. Conforme o CEO da empresa, o motivo é a margem reduzida do negócio, que em parte é por causa dos preços globais do açúcar.
Voltando ao gráfico, atualizei a LTB de longo prazo amarela, posicionando sobre o último topo antes de US$ 15,46. Com o rompimento dos US$ 13,62, é possível esperar mais quedas. Principalmente abaixo dos US$ 12,71. Caso fique acima dos US$ 12,71 e/ou rompa a LTB amarela, podemos, possivelmente, começar a pensar para cima. Lembrando que tem a região de US$ 15,46 para ser superada. Ficar atento as divulgações da USDA sobre perpectivas de safra, estoques e áreas plantadas em 08/03 e 29/03.
Por Leo Felipe Senger (Equipe Youtrading)