- Euro continuou em tendência de queda contra o dólar, após decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE).
- A análise técnica sugere que 1,063 é um nível crucial de suporte, podendo acentuar a queda abaixo de 1,05.
- A perspectiva de longo prazo e o cenário econômico mais amplo sugerem que a moeda única deve seguir perdendo terreno para a moeda americana.
O euro sofreu uma queda de 0,8% contra o dólar, chegando a 1,063, após a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de aumentar a taxa de juros em 25 pontos-base e manter uma perspectiva pessimista.
Vários fatores estão contribuindo para o enfraquecimento da moeda única frente à divisa americana, como o rompimento da tendência de alta, que se mantinha desde o início do ano, e a divergência nas políticas de juros entre o BCE e o Federal Reserve (Fed) dos EUA.
A economia norte-americana vem demonstrando vigor, com indicadores como o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e as vendas no varejo superando as projeções. Apesar da diminuição na criação de novos empregos, a estabilidade no mercado de trabalho está fomentando a atividade econômica.
Em contrapartida, o BCE está demonstrando certa lentidão em comparação ao Fed na adoção de uma política monetária mais restritiva. O recente décimo ajuste na taxa de juros pelo BCE para 4,5% desencadeou uma desvalorização do euro e uma queda nos rendimentos dos títulos na região do euro.
Os investidores já haviam ajustado suas expectativas quanto à postura pró-ativa da zona do euro no combate à inflação, o que minimizou a reação ao aumento previsto da taxa de juros. Ademais, as preocupações com a escalada nos preços de energia, instabilidades geopolíticas e a economia chinesa podem exercer pressão negativa sobre a região.
Historicamente, o mês de setembro se caracteriza por uma valorização do dólar frente ao euro, o que pode estar contribuindo para a desvalorização da moeda europeia.
Visão técnica: EUR/USD
Do ponto de vista técnico, o par EUR/USD estendeu seu declínio por nove semanas seguidas, tendo rompido uma linha de suporte vital em 1,08 no final de agosto e aproximando-se agora das mínimas registradas em maio, na marca de 1,063.
Este patamar coincide com o nível de Fibonacci de 0,382 (1,0633), indicando um possível suporte relevante. Se o par terminar a semana abaixo de 1,063, a expectativa é que haja a continuidade da trajetória descendente, possivelmente alcançando valores inferiores a 1,05.
As médias móveis exponenciais de curto e médio prazo apresentam um cruzamento negativo no gráfico semanal, corroborando um cenário favorável a vendas. Contudo, os indicadores técnicos sinalizam uma condição de sobrevenda, sugerindo a possibilidade de manutenção do suporte em 0,382 de Fibonacci.
Em resumo, o marco de 1,063 emerge como uma linha de suporte crítica para o par EUR/USD.
Um fechamento semanal acima deste nível pode incitar movimentos de compra favoráveis ao euro, com foco em metas imediatas em 1,071, 1,077 e 1,086. Se a tendência de baixa persistir, a região entre 1 e 1,02, subjugando o suporte em 1,05, pode se estabelecer como o próximo alvo, representando uma terceira zona de suporte significativa.
No longo prazo, o EUR/USD encontrou uma barreira considerável ao alcançar 1,12 este ano. A recuperação observada em 2023 parece estar em sintonia com um ciclo ideal de recuperação após uma baixa que durou dois anos.
Isso é reforçado pela incapacidade de superar a resistência estabelecida no nível de Fibonacci 0,618.
Concluindo, as projeções de longo prazo e o quadro econômico mais amplo apontam para uma persistência na depreciação do EUR/USD até atingir o terceiro patamar de suporte.
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