- O Federal Reserve, banco central dos EUA, deve interromper o aperto na reunião de quarta-feira.
- Enquanto isso, o Banco Central Europeu pode subir os juros e superar o pico de 2008.
- O euro pode se valorizar contra o dólar, após a divulgação das decisões de ambos os bancos.
A divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos e na zona do euro nesta semana deve aumentar a volatilidade no mercado de câmbio nos próximos dias.
Nos EUA, a expectativa é que a tendência de queda continue, com o índice de preços ao consumidor (IPC) atingindo 4,1% na comparação anual. Há também um otimismo em relação à queda da inflação básica. Esses números terão um impacto significativo nos mercados antes da decisão do Federal Reserve (Fed).
Fonte: Investing.com
Da mesma forma, na zona do euro, a projeção é que o IPC geral desacelere para 6,1% em relação ao ano anterior, enquanto o núcleo do índice pode cair para 5,3%.
Além disso, tanto o Fed quanto o Banco Central Europeu (BCE) devem encerrar seus ciclos de alta de juros, e essas decisões terão um papel crucial na formação do sentimento do mercado nas próximas semanas.
O mercado espera que o Fed interrompa o ciclo de aperto amanhã. Por outro lado, o BCE deve elevar os juros novamente, reduzindo o diferencial entre as duas taxas.
Fed pode surpreender os mercados, subindo juros?
Nos últimos meses, as expectativas do mercado para o nível da taxa de juros nos EUA de mês a mês tem flutuado. Contudo, com a aproximação do dia da decisão, a ampla expectativa é que o Fed interrompa o ciclo de aperto.
Isso está em linha com declarações recentes do presidente da instituição, Jerome Powell, no sentido de avaliar o impacto das elevações na economia. No entanto, o mercado continua considerando que a pausa seja temporária, em vista da probabilidade de quase 60% de que o banco central retome os aumentos de juros a partir de julho.
Por que o mercado segue prevendo novos aumentos, apesar da queda na inflação?
Parece que o mercado ainda acredita na resiliência do mercado de trabalho americano, bem como em uma surpresa negativa no número do PCE, medida de inflação preferida do Fed, que subiu para 4,7% em relação ao ano anterior em abril. Isso pode levar os membros do comitê de política monetária a manter uma postura “hawkish”, ou mais rígida.
No entanto, parece que os investidores já precificaram essa situação.
Consequentemente, a falta de uma alta surpresa na reunião de amanhã pode ser o ponto de partida para um enfraquecimento do dólar.
BCE deve continuar aperto
Considerando que o Banco Central Europeu iniciou seu ciclo de elevação após o Fed, as próximas duas reuniões devem ser marcadas por aumentos de 25 pontos-base. Isso significa que devemos observar uma estabilização em torno do nível de 4,25%, alcançado em 2008.
Se o BCE irá parar por aí ou não dependerá principalmente da dinâmica da inflação, que, apesar das fortes quedas (causadas principalmente pelos preços de energia), continua bem acima da meta.
As próximas leituras só serão publicadas após a reunião de quinta-feira, mas serão cruciais no contexto das decisões de política monetária nos próximos meses.
É importante que a inflação básica siga em queda, pois essa é uma das condições básicas para o BCE interromper os aumentos de taxa ou eventualmente avaliar uma redução.
Embora a crise da dívida nos países da zona do euro, especialmente Itália e Grécia, tenha diminuído nos últimos anos, o recente aumento das taxas de juros na zona do euro representa um risco de trazer esse problema de volta ao foco.
É importante que o BCE esteja ciente desse risco no futuro.
Euro – Visão técnica
Se o cenário-base se concretizar – uma desaceleração na elevação nos EUA e mais aumentos na zona do euro – então, dependendo das declarações das autoridades, o euro pode voltar a se valorizar contra o dólar.
Um ponto-chave a ser observado é a confluência da zona de demanda e igualdade das correções na zona de preço de 1,06.
Atualmente, os compradores interromperam seu ímpeto pouco antes de alcançar a área mencionada. No entanto, é importante monitorar a reação do preço caso ocorra um novo teste desse nível.
Caso os vendedores não consigam testar a confluência mencionada e haja uma nova alta, o alvo para os compradores seria US$ 1,12.
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