MINI-SURPRESA!
Ao longo das últimas análises temos referido a probabilidade deste par cambial se encaminhar para a zona dos 1.3500, sendo que para tal efeito teria de não quebrar em baixa a Linha Clavicular do Head-And-Shoulders de Jan-Jul-Nov de 2012 e posteriormente superar o patamar do 1.3306/08 constituído por velas tipo Pin Bar.
Tal superação veio a acontecer graças a mais uma mini-surpresa deste início de 2013. Na Quinta-Feira o Sr Draghi revelou que a manutenção da taxa de juro em 0.75% teve votação unânime entre os membros do BCE, e arriscou um prognóstico confiante de uma recuperação económica da Zona-Euro durante este ano como fundamento desta decisão!
Um outro aspecto importante referido na conferência de imprensa, e que terá ajudado os bulls a entrarem decididamente e em força no par, foi a afirmação de que o balanço do BCE não se expandiu, o mesmo é dizer que não colocou a impressora a funcionar tal como o fazem o BOE e a FED. Em reforço desta ideia, afirmou explicitamente que o BCE prefere que sejam as forças do mercado a determinar as cotações cambiais em vez dos conhecidos quantitative easing.
De salientar que as yields dos periféricos, nomeadamente Espanha e Itália, tem vindo a estabilizar e o preço dos CDS (seguros contra incumprimento no mercado obrigacionista) encontram-se em queda, indiciando que o mercado perspetiva pelo menos uma estabilização.
Tudo isto somado, significa que a percepção do mercado aponta agora para uma maior probabilidade das taxas se manterem aos níveis actuais em vez da sua baixa, o que é Euro-Positivo. Em apoio a esta visão, não será negligenciável o facto de ocorrerem eleições este ano na Alemanha e que as actuais forças no poder tem um forte enviezamento contra a inflação e a tudo que possa potenciar a sua subida.
Para terminar a semana com uma cereja em cima do bolo, bastou o anúncio na Sexta-Feira de que a balança comercial dos Estados unidos se agravou significativamente, para que a cotação do Euro em relação ao Dólar americano levasse um segundo impulso fortemente altista.
INCERTAS NO HORIZONTE NÂO DESAPARECERAM
O optimismo evidenciado na semana que findou poderá não durar muito com o regresso do tema Fiscal Cliff à discussão pública e aos mídia.
Recordamos uma notícia da Reuters do dia 7 de Janeiro que sinaliza a probabilidade do Tesouro americano entrar em incumprimento a partir de 15 de Fevereiro, daqui a apenas um mês, se nenhum acordo ou mudança de situação for produzida entretanto.
Mudança que passaria por um… novo aumento do debt ceilling em cerca de 1T USD, dependente de um acordo sobre a redução da despesa e aumento da carga fiscal sobre os mais ricos, sendo estes os principais pontos de divergência entre republicanos e democratas.
Por outro lado, com o esbatimento do “efeito Draghi”, nos próximos dias a atenção dos investidores será certamente focalizada em outros potenciais market movers, de onde destacamos o discurso de Bernanke (Segunda-Feira), o PIB da Alemanha, o Beige Book nos EUA e o PIB da China, sendo de esperar uma atenção especial a este último dado respeitante à segunda maior economia.
ASPECTO TÉCNICO
O movimento de preços superou a barreira de 1.3306/08 formada pelos Pin Bar com relativa facilidade, com um volume que, não tendo sido espectacular, foi decente e que poderá ser conferido através do mercado de futuros e do tick volume nos principais brokers (Gráfico 1).
O posicionamento especulativo, que temos vindo a mencionar em artigos anteriores, sofreu nesta semana um movimento contrário, regressando ligeiramente ao Net Short, porém não será um dado muito relevante pois é anterior ao “efeito Draghi”, pelo que não publicamos o seu gráfico.
Não temos muito a acrescentar em termos técnicos para além do que aqui tem sido dito anteriormente. A probabilidade do EUR/USD se encaminhar para os 1.3500 é maior agora, sendo de admitir que o eventual recrudescimento da discussão sobre o Fiscal Cliff e provável volatilidade “apanhe” o par já na zona dos 1.3500, cumprindo-se desta forma a projecção que fizemos em Dezembro.
Dito de outra forma, enquanto a acção de preços se mantiver consistentemente acima dos 1.3300, os bulls terão pouco a recear, sendo igualmente normal um eventual reteste a este nível.
Em reforço desta tese, vemos que a acção de preços e volume exibidos no Gráfico 1 ocorreu de forma semelhante em outros pares – EUR/AUD, EUR/NZD, EUR/CAD (Gráfico 2 para o primeiro exemplo), o que sugere consistência na força do Euro.
Estes pares oferecem igualmente boas opostunidades de trading de curto-médio prazos, pois teem tido um comportamento muito trending!
Boa semana!
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