No seguimento do artigo que publiquei em 5/12, uma das hipóteses (B) para este par cambial era o retrocesso de 50% do último movimento altista de 13/11 a 5/12, ante um mercado cujo sentimento podia virar para a aversão ao risco, e a sua posterior recuperação até aos níveis de resistência anteriores..
Tal movimento veio realmente a acontecer, com a cotação a testar esse suporte de 50%, diferindo em apenas alguns pips.
O “culpado” não foi o abismo fiscal nos EUA mas sim o Sr. Draghi e o Bundesbank que, de uma assentada, lançaram água fria sobre os bulls, com projeções económicas para a Zona-Euro mais negativas do que as anteriores.
Porém, se a correção foi acentuada e rápida, a recuperação total até aos níveis de resistência anteriores foi igualmente metórica, fruto da especulação em torno do comunicado do FOMC, devidamente “aditivadas” por short covering!
Chegados aqui, podemos afirmar não existirem ainda sinais de um eventual retorno às quedas, persistentemente prognosticada por muitos. Não pretendo negar tal hipótese! Pretendo sim afirmar que a postura mais adequada, na ausência de evidências em contrário, será alinhada com a velha máxima anglo-saxónica – “we trade what we see”.
E o que vêem os bulls e os bears?
Os bulls vêem um Head & Shoulders invertido no gráfico semanal e outro no diário, com as cotações a resistirem acima da média móvel de 200 dias, como podemos verificar nos gráficos respetivos.
Este padrão bullish no gráfico diário, a materializar-se, poderá lançar a cotação para o intervalo entre 1.3280 e 1.3500, o qual corresponde à projeção de preço do H&S (já referido no artigo anterior).
Em sentido oposto, os bears, vêem uma linha de tendência descendente de longo prazo no gráfico semanal, a apontar para um possível e imediato ponto de viragem e retorno às quedas, como vemos adiante no respetivo gráfico.
De igual forma, a materializar-se esta hipótese, a cotação do EUR/USD poderá cair até ao intervalo 1.2100/1.2000.
Qual das visões irá prevalecer?
Em minha opinião, partindo do princípio de que grandes tendências se iniciam com pequenos passos, dou prioridade à perspetiva do H&S no gráfico diário e trabalhar a hipótese de breakout e subida.
Em apoio a esta tese está o posicionamento especulativo no mercado de futuros do Euro na Bolsa Mercantil de Chicago, cujas posições net short na moeda Euro caem pela terceira semana consecutiva, com o Open Interest em sentido ascendente a reforçar essa mesma tendência.
É de realçar que os últimos dados publicados (COT Report) respeitantes a 11/12, por conseguinte após as declarações de Draghi e do comunicado do Bundesbank, não dão sinais de inversão dessa tendência, como podemos verificar no gráfico e tabela adjunta.
Desta forma, para o trading de posição, será de excluir qualquer abertura curta por antecipação, embora seja ainda prematuro abrir longo devido ao risco de movimentos hesitantes ou eventual falso breakout, como referi no artigo anterior.
Bons negócios!