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EUA: Sem grandes sinais de desaceleração

Publicado 06.03.2023, 14:50
Atualizado 09.07.2023, 07:32
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Inflação ainda alta

O mundo está indo bem e isso não é uma boa notícia para os Bancos Centrais.

Apesar do aumento dos juros ao longo do ano passado e ainda esperado para este ano em muitos países, as principais economias mundiais não deram um grande sinal de alerta até agora, o que pode significar que os bancos centrais podem levar mais tempo do que o previsto para controlar a inflação.

Dados dos EUA, China e Europa mostraram uma vitalidade surpreendente nas economias dessas regiões neste início de 2023, confundindo as previsões de muitos economistas de que a economia global estava fadada a apresentar, em 2023, um de seus anos mais fracos nas últimas décadas.

Embora isso seja promissor para os governos, essa resiliência pode persuadir os banqueiros centrais de que eles precisam aumentar as principais taxas de juros mais do que o previsto para controlar a inflação.

Como mostra o gráfico abaixo, a inflação ainda está alta nas mais importantes economias ao redor do mundo.

Gráfico do Wall Street Journal mostra inflação ainda alta nos EUA, China e Europa
Fonte: Wall Street Journal

Mercado de trabalho apertado

Um indicador muito acompanhado pelos bancos centrais diz respeito ao mercado de trabalho, que continua apertado em muitas partes do mundo.

Os formuladores de políticas têm examinado os dados do mercado de trabalho procurando indícios de aumento do desemprego, queda nas horas trabalhadas ou desaceleração nos aumentos salariais — tudo o que poderia ajudar a diminuir a demanda e aliviar a pressão de alta dos preços, mas até agora pouco foi encontrado nesse sentido.

Como mostra o gráfico abaixo, as taxas de desemprego ao redor do planeta continuam extremamente baixas, o que definitivamente não ajuda do lado da inflação, pois a demanda por parte dos consumidores com dinheiro no bolso segue alta.

Gráfico do Wall Street Journal mostra taxa de desemprego ainda alta nos EUA, China e Europa
Fonte: Wall Street Journal

Os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caíram na semana passada, refletindo um mercado de trabalho apertado. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego, que servem como referência para demissões, diminuíram em 2.000 para 190.000 com ajuste sazonal na semana passada.

As reivindicações semanais permaneceram abaixo da média pré-pandêmica de 2019 de cerca de 220.000 desde o início do ano, apesar de grandes empregadores em tecnologia, finanças e outras indústrias terem demitido milhares de trabalhadores.

Gráfico do Wall Street Journal mostra queda nas reivindicações semanais nos EUA
Fonte: Wall Street Journal

Varejo dividido

Os consumidores reduziram as compras de roupas eletrônicos nos últimos meses, mas continuaram gastando em alimentos e itens de necessidade básica, de acordo com alguns dos maiores varejistas dos EUA.

A Macy’s (NYSE:M) e a Best Buy (NYSE:BBY) disseram, durante a publicação de resultados do 4T, que esperam que as vendas sejam fracas neste ano. Por enquanto, os supermercados (grocery stores, no gráfico abaixo) seguem aquecidos e as lojas de departamento (department stores) tiveram um começo de ano positivo.

De fevereiro de 2020 até o momento, os consumidores reduziram as compras de roupas e eletrônicos
Fonte: Wall Street Journal

Cenário ainda desafiador

Apesar do forte aumento nas taxas de juros ao longo do ano passado, os efeitos desse aperto ainda não foram totalmente sentidos na economia mundial. Por mais que tenha dado sinais de melhora, a inflação mundial continua alta.

Além disso, o mercado de trabalho continua apertado, com as principais economias do mundo mostrando taxas de desemprego bem baixas e sem sinais de uma piora do curto prazo. Os consumidores continuam gastando, ao menos em itens necessários, o que não ajuda em nada a vida dos Bancos Centrais.

O momento é desafiador e temos muita incerteza quanto a intensidade e continuidade do movimento de aumento de juros em alguns países e regiões econômicas.

Estamos seletivos em empresas americanas neste momento e acompanhando alguns nomes mais de perto no mercado europeu, que nos parece atrativo como um todo, ao menos em termos de múltiplos.

Até a próxima semana!

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