“Sob a égida de volatilidade” é algo que citamos constantemente aqui, pois expressa a realidade dos ativos de mercado financeiro nestes últimos dois meses, alternando entre momentos de euforia e desânimo, sem que tenha havido nenhuma mudança significativa nos elementos que galgam tais reações.
A impressão de um pretenso topo dos juros americanos criou até ontem a falsa sensação de que o caminho para um maior apetite de prêmio de maior risco estava aberto, o que não se alinha com a realidade dos indicadores econômicos.
LaGarde já deixou claro que a situação da inflação na Zona do Euro é algo insustentável e que nem de longe, pode-se cravar que o pico de preços finalmente chegou e a visão dos gerentes sobre a situação presente e futura da Europa aponta para uma recessão em breve, como expressado nos PMIs de hoje.
Com exceção da reação dos indicadores britânicos, o bloco europeu se aprofunda na região contracionista (abaixo de 50 pontos) e a estagflação permanece cada vez mais presente na agenda do bloco já para este ano.
Nos EUA, a situação começa a se desenhar para o ‘Bad News, Good News’ (Notícia Ruim, Notícia Boa), na expectativa de que dados apontando para um cenário de contração econômica, como a criação de postos de trabalho no índice JOLTS ontem, aliviariam a determinação de normalização de juros por parte do Fed.
O problema é que, assim como na Europa, a inflação nos EUA continua presente, especialmente nos núcleos e sem sinais claros de alívio, portanto, há pouco o que Fed possa fazer, a não ser persistir com a normalização dos juros.
Um elemento que pode adicionar ainda mais peso nesta questão é a reunião hoje da OPEP+, onde sinais emitidos recentemente indicam um corte bastante expressivo de produção, de forma a influenciar os preços, ou seja, a inflação de energia tende a persistir.
Por fim, em tal cenário volátil, onde bulllishs e bearishs não brigam mais, simplesmente alternam os dias ou semanas presentes, as atenções se voltam aos dados do mercado de trabalho privado nos EUA, o ADP, o qual continua a projetar criação expressiva de postos de trabalho.
No Brasil, a produção industrial de agosto, além de uma série de PMIs e ISM no Brasil e EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com os temores de recessão, após os PMIs negativos no bloco europeu.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, seguindo o rali do em NY, puxados por Hong Kong e feriado na China continental.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção aos mercados futuros de minério de ferro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, apesar possibilidade hoje de um corte de produção por parte da OPEP+ em um milhão de barris dia.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,69%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1771 / 0,12 %
Euro / Dólar : US$ 0,99 / -0,461%
Dólar / Yen : ¥ 144,47 / 0,167%
Libra / Dólar : US$ 1,14 / -0,540%
Dólar Fut. (1 m) : 5207,00 / -0,03 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,58 % aa (-0,21%)
DI - Janeiro 24: 12,74 % aa (0,08%)
DI - Janeiro 26: 11,25 % aa (-0,35%)
DI - Janeiro 27: 11,25 % aa (-0,44%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0824% / 116.230 pontos
Dow Jones: 2,7989% / 30.316 pontos
Nasdaq: 3,3376% / 11.176 pontos
Nikkei: 0,48% / 27.121 pontos
Hang Seng: 5,90% / 18.088 pontos
ASX 200: 1,74% / 6.816 pontos
ABERTURA
DAX: -0,961% / 12548,67 pontos
CAC 40: -0,977% / 5980,68 pontos
FTSE: -1,365% / 6989,73 pontos
Ibov. Fut.: -0,07% / 116648,00 pontos
S&P Fut.: -0,97% / 3766,5 pontos
Nasdaq Fut.: -0,769% / 11528,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,59% / 115,02 ptos
Petróleo WTI: -0,52% / $86,07
Petróleo Brent: -0,41% / $91,42
Ouro: -0,76% / $1.707,00
Minério de Ferro: 0,63% / $93,95
Soja: -0,51% / $1.377,25
Milho: -0,37% / $681,25
Café: -0,05% / $219,50
Açúcar: 0,17% / $17,97