Por mais uma semana, representantes de vendas das usinas paulistas mantiveram-se firmes quanto aos valores de suas ofertas, enquanto a demanda seguiu praticamente estável. Conforme pesquisadores do Cepea, apenas os compradores que realizaram contratos ou que contam com açúcar em estoque permaneceram fora do mercado spot. Nesse contexto, na segunda-feira, 10, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal, cor Icumsa entre 130 e 180, atingiu R$ 96,43/saca de 50 kg, alta de 2,3% em relação à segunda anterior, 3. A demanda externa pelo açúcar brasileiro também está aquecida. O Indicador de Açúcar Cristal ESALQ/BVMF, referente ao produto posto no porto de Santos ou com custos equivalentes, sem impostos, cor Icumsa máxima de 150, que inclui vendas domésticas e para exportação, subiu 1,2% na semana, fechando a sexta-feira em R$ 94,38/saca 50 kg.
ETANOL: Em alta nas usinas, hidratado está menos competitivo nas bombas
Os preços dos etanóis anidro e hidratado tiveram novos aumentos nas usinas na última semana, mesmo com poucos volumes negociados. Segundo pesquisadores do Cepea, a proximidade do feriado desta quarta-feira, 12, não atraiu novos compradores ao mercado spot, até porque esses agentes já haviam formado estoques com produtos adquiridos anteriormente. Entre 3 e 7 de outubro, o Indicador semanal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) do hidratado foi de R$ 1,7604/litro, aumento de 1,76% frente ao da semana anterior. O Indicador semanal CEPEA/ESALQ do anidro (estado de São Paulo) foi de R$ 1,969/litro, alta de 2,81% em relação ao fechamento anterior. Com essas recentes altas, os valores nos postos já perderam competitividade frente à gasolina. Entre 2 e 8 de outubro, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a relação média entre etanol hidratado e gasolina C nas bombas do estado de São Paulo foi de 70,2%. O percentual acima dos 70% não era observado desde o início da safra 2016/17 no estado de São Paulo. Ao longo da temporada, o biocombustível ficou bastante vantajoso nas bombas, com média de 66%.
TRIGO: Colheita progride, comprador se retrai e preço segue em queda
Enquanto a colheita de trigo avança no Paraná, a maioria dos moinhos consultados pelo Cepea está afastada das compras do cereal no mercado interno. Conforme pesquisadores do Cepea, representantes dessas empresas indicam que vêm adquirindo o produto importado a preços inferiores aos praticados no Brasil. Essa retração compradora, que é típica em período de colheita, especialmente em anos de oferta considerada satisfatória, vem reforçando as quedas nas cotações internas. Cooperativas e cerealistas, por sua vez, relatam que estão recebendo o trigo, mas sem interesse de vendê-lo no momento – o intuito é deixar o cereal “descansar” para melhorar a qualidade e negociá-lo a preços maiores. Nesse cenário, a liquidez segue baixa. O preço médio do trigo CEPEA/ESALQ no Rio Grande do Sul caiu 4,77% na última semana, a R$ 636,07/t na segunda-feira, 10. No Paraná, a queda foi de 0,6% no mesmo período, a R$ 636,33/t nessa segunda.