Em outubro, o volume de etanol hidratado negociado no segmento produtor em São Paulo foi 89% superior ao de setembro, sendo o maior já captado pelo Cepea na temporada 2020/21 e o terceiro mais elevado de toda a série histórica, iniciada em novembro de 2002. No entanto, a quantidade de outubro ainda ficou 0,25% inferior à de outubro de 2019, quando, justamente, foi comercializado o segundo maior volume desde 2002. No acumulado da safra 2020/21 (de abril/20 a outubro), o volume captado ainda fica 29,7% abaixo do captado no mesmo período da temporada 2019/20. O mês de outubro foi marcado pela continuidade do reaquecimento da economia e pela volta parcial das aulas em alguns municípios do estado de São Paulo, o que resultou em aumento da mobilidade da população e, consequentemente, da demanda por combustíveis. A relação de preços entre o etanol hidratado e a gasolina C nas bombas paulistas segue bastante vantajosa para o biocombustível, mesmo com os aumentos de preços no segmento produtor nas últimas semanas.
Entre 1º e 29 de outubro, a relação entre os preços do etanol e da gasolina C ficou em 68,3%, com médias de R$ 4,201/litro para a gasolina C e de R$ 2,868/litro para o etanol. Nos outros estados produtores, como Goiás (66,7%), Mato Grosso (65,6%) e Minas Gerais (65%), o abastecimento com etanol hidratado também se mostrou mais vantajoso frente a gasolina C em outubro – levantamento mensal da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) Quanto aos biocombustíveis, a média dos preços das semanas cheias de outubro do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,9752/litro, valor 10% maior que o das semanas cheias de setembro. No mercado spot do etanol anidro, a alta registrada de setembro para outubro foi de 10,25%, com média de R$ 2,3027/litro no último mês. Na parcial da safra 2020/21 (de abril a outubro de 2020), a média dos Indicadores de etanol do CEPEA/ESALQ ainda fica 14% abaixo da verificada no mesmo período de 2019, tanto no caso do anidro quanto no do hidratado (valores deflacionados pelo IGP-M de outubro/20).
NORDESTE – O preço do etanol anidro subiu nos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba. As usinas, de maneira geral, reduziram o percentual dos contratos conforme permitido pela legislação vigente. Com isso, distribuidoras buscaram suprir suas necessidades realizando as compras no spot. Além disso, o ritmo das importações brasileiras de etanol também diminuiu nos últimos meses, reforçando a demanda de maneira expressiva pelo etanol anidro nacional. Em Pernambuco, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 1,8671/litro em outubro, baixa de 6,42% frente a setembro. Já para o anidro, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ fechou em R$ 2,4811/litro, alta de 5,43% na comparação com setembro. O Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado de Alagoas fechou em R$ 1,8837/litro em outubro, recuo de 3,41% frente ao mês anterior. No caso do etanol anidro, contudo, houve alta de 7,89% na mesma comparação, fechando a R$ 2,5060/litro. O Indicador mensal do hidratado CEPEA/ESALQ da Paraíba se manteve estável frente a setembro (-0,08%), fechando em R$ 1,8850/litro em outubro. Para o Indicador mensal do anidro, a média foi de R$ 2,4837/litro.