As vendas de etanol voltaram a se retrair em novembro. De acordo com levantamento do Cepea, o volume de hidratado negociado por usinas do estado de São Paulo caiu 33% frente ao de outubro deste ano e de 29% em relação ao de novembro de 2019. Diante disso, no acumulado da safra 2020/21 (de abril/20 a novembro/20), a quantidade de hidratado captada pelo Cepea esteve 29,6% abaixo da do mesmo período da temporada anterior (2019/20). Quanto aos preços, em novembro, a média das semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado (estado de São Paulo) ficou em R$ 2,0653/litro, 3,11% acima do mês anterior. Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, houve alta de 3,62% na mesma comparação, com média de R$ 2,4203/litro em novembro, considerandose somente o mercado spot. A postura firme das usinas neste final de safra deu sustentação ao preço do biocombustível por mais um mês.
Do lado da demanda, as distribuidoras seguiram abastecidas com volumes adquiridos em outubro e retirados no correr de novembro. Além disso, alguns compradores ficaram receosos quanto à segunda onda da covid-19, que já vem limitando o consumo de combustíveis em países europeus, especialmente, devido a novas normas de restrição de mobilidade da população. No Brasil, agentes se atentam a possíveis retomada de medidas para conter o novo avanço da covid-19. Apesar das elevações em novembro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado na parcial da safra 2020/21 ainda fica 13,9% abaixo da do mesmo período da temporada anterior, em termos reais. No caso do anidro, a queda é de 13,8% (os valores foram deflacionados pelo IGP-M). No mercado varejista, o abastecimento dos veículos flex com etanol hidratado ou a gasolina C se mostrou praticamente indiferente em São Paulo em novembro, uma vez que a relação média entre os preços dos combustíveis atingiu 70,6%, segundo dados mensais da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). As altas no preço do biocombustível no segmento produtor vêm sendo repassadas, em alguma medida, aos postos de abastecimento, o que justifica essa relação de paridade. Nos outros estados produtores, como Goiás (67,20%), Mato Grosso (68,80%) e Minas Gerais (66,3%) o abastecimento com etanol hidratado ainda ficou mais competitivo frente a gasolina C em novembro – ainda tomando-se como base dados da ANP.
NORDESTE – Os preços dos etanóis anidro e hidratado subiram em Pernambuco, Alagoas e Paraíba em novembro. Com algumas usinas fora do mercado de etanol – direcionadas principalmente à produção e à exportação de açúcar, que vem remunerando mais em função do dólar elevado –, os preços do etanol se mantiveram firmes. Além disso, os valores também foram influenciados pelo movimento nas cotações do produto no Centro-Sul do Brasil. Em Pernambuco, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 1,9188/litro em novembro, alta de 2,77% frente ao mês anterior. Para o anidro, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ fechou em R$ 2,7855/litro, aumento de 12,27% na comparação com a média de outubro. O Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado de Alagoas fechou em R$ 1,9181/litro, elevação de 1,83% frente a outubro. No caso do etanol anidro, a alta foi de 7,47% na mesma comparação, fechando a R$ 2,6933/litro. Na Paraíba, o Indicador mensal do hidratado CEPEA/ESALQ subiu 4,99% frente a outubro, fechando em R$ 1,9791litro em novembro. Para o Indicador mensal do anidro, a média foi de R$ 2,7673litro, avanço de 11,42% contra o mês anterior.