MARÇO – Usinas paulistas seguiram desovando o produto da safra 2018/19 ao longo de março e também, em alguns casos durante as últimas semanas do mês, ofertando o etanol da temporada 2019/20. As distribuidoras seguiram com baixo interesse de compra, adquirindo apenas volumes pontuais, devido à expectativa de preços menores com início oficial da nova temporada. A grande maioria das usinas paulistas deve começar as atividades da safra 2019/20 na primeira quinzena de abril.
A média das quatro semanas cheias de março do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,7811/litro, valor 2,7% maior que as quatro semanas de fevereiro. No caso do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, houve alta de 3,9%, com média de R$ 1,8760/litro, considerando-se somente o mercado spot.
FECHAMENTO DA SAFRA 2018/19 – Na safra 2018/19 (abril de 2018 a março de 2019), as médias dos Indicadores CEPEA/ESALQ dos etanóis anidro e hidratado ficaram quase 4% inferiores às observadas na temporada anterior, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-M de março/19). Já o volume de etanol hidratado negociado no acumulado da safra 2018/19 ficou 54,8% maior em igual comparativo.
Segundo dados da Unica, no acumulado da safra até meados de março, a moagem somou 566,05 milhões de toneladas de cana no Centro-Sul. Foram produzidos cerca de 30,57 bilhões de litros de etanol (hidratado e anidro). Em São Paulo, especificamente, foram 15,97 bilhões de litros produzidos, praticamente 2,83 bilhões de litros a mais que na temporada anterior.
Nas bombas do estado de São Paulo, na temporada 2018/19, o biocombustível ficou desfavorável frente à gasolina C em apenas duas semanas. A relação média entre o etanol hidratado e a gasolina C ficou em 63,5% de 1º de abril ao dia 30 de março, contra 69,5% no mesmo período da safra 2017/18 em São Paulo.
As exportações de etanol anidro e hidratado somaram 1,78 bilhão de litros no acumulado da safra 18/19, alta de 27,86% em relação à temporada anterior, segundo a Secex. Em março, especificamente, foram enviados ao exterior 129,3 milhões de litros de etanol, gerando receita de US$ 66,5 milhões (R$ 255,79 milhões). O volume foi 1,6% inferior ao exportado em fevereiro, mas 96,2% superior ao embarcado em março/18.
As importações de etanol, por sua vez, somaram 1,52 bilhão de litros de abril/18 a março/19, volume 37,6% inferior ao da safra passada (2,43 bilhões de litros). Do total importado, cerca de 79,6% (ou 1,2 bilhão de litros) foram destinados às regiões Norte e Nordeste e apenas 20,4% aos estados do Centro-Sul do País, segundo dados da Secex.
NORDESTE – Os preços dos etanóis seguiram em alta em março nos principais estados produtores nordestinos acompanhados pelo Cepea. A menor oferta, devido à finalização da moagem e à falta de estoques em boa parte das usinas de Paraíba, Pernambuco e Alagoas, sustentou os preços por mais um mês.
Até meados de fevereiro, foram produzidos 418,352 milhões de litros de etanol total (anidro e hidratado) em Pernambuco, 429,51 milhões de litros em Alagoas e 367,054 milhões de litros na Paraíba, de acordo com a base de dados divulgada pelo Mapa.
Quanto aos preços praticados, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado no estado de Pernambuco fechou a R$ 1,9646/l (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins), alta de 9,91% frente a fevereiro. Para o etanol anidro, não houve dados suficientes para compor a média mensal.
Em Alagoas, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado subiu 11,83% frente ao mês anterior, fechando a R$ 1,9530/l (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins) em março. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do anidro fechou a R$ 2,0261/l (sem frete e sem PIS/Cofins), valorização de 1,2% no mesmo período de comparação.