Os preços dos etanóis anidro e hidratado seguiram em queda em julho em São Paulo, devido à menor demanda, por conta das férias escolares, e ao aumento da oferta por parte de algumas usinas, visto à necessidade de fazer caixa e de liberar tanques. Além disso, as negociações que envolveram o etanol diferido (vendido por usinas descredenciadas para o recolhimento do ICMS) reforçaram a baixa nos preços. Além disso, com as condições climáticas favoráveis à produção, a moagem da cana não foi interrompida nos últimos meses, elevando a quantidade de produto estocado pelas usinas, forçando algumas unidades a liberarem espaço nos tanques.
Nesse cenário, a média do Indicador CEPEA/ESALQ para o etanol hidratado das quatro semanas cheias de julho foi de R$ 1,4565/litro, forte queda de 9,18% na comparação com a média das semanas cheias de junho/18. No mesmo comparativo, a média do etanol anidro em julho, de R$ 1,6608/litro, foi 8,23% menor que a do mês anterior – considerando apenas o mercado spot para os dois etanóis.
Em São Paulo, o abastecimento com o biocombustível segue vantajoso pelo quarto mês consecutivo, reflexo das quedas dos preços nas unidades produtoras. Em julho, o preço médio mensal do biocombustível foi de R$ 2,571/litro e para a gasolina C, de R$ 4,258/litro nas bombas, uma relação de 60,4% ante os 63,8% de junho. A paridade também segue favorável para o etanol hidratado nas bombas de outros estados produtores, como GO (60,5%) e MT (57,2%), segundo dados da ANP.
A relação inferior a 70% para o biocombustível nos postos tem favorecido a venda do etanol hidratado na safra 18/19. As vendas das distribuidoras para os postos de SP somaram mais de 2,17 bilhões de litros de abril a junho, cerca de 317,3 milhões de litros a mais do que o vendido no mesmo período da safra anterior (1,85 bilhão), de acordo com dados da ANP.
NORDESTE – Em julho, não tiveram informações suficientes para a composição dos Indicadores mensais de etanol (hidratado e anidro) dos estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba, devido à falta de produto nacional para a comercialização nessas regiões.
O início da safra sucroalcooleira 18/19, segundo colaboradores do Cepea, está previsto para o final setembro e início de outubro na maior parte das unidades produtoras de Alagoas e Pernambuco. Na Paraíba, algumas usinas iniciaram a moagem da cana e comercialização de etanol no final de julho e início de agosto.
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES – No acumulado da safra 18/19, foram embarcados mais de 439 milhões de litros de etanol, com receita de US$ 243,9 milhões. Em julho, as exportações totais de etanol somaram 180,7 milhões de litros, volume 93% superior ao de junho/18 e 16% maior quando comparado a jul/17. A receita gerada somou US$ 91 milhões em jul/18, alta de 63% frente ao mês anterior. Em real, foram gerados mais de 348,4 milhões para o País. Os dados são da Secex.
Quanto à importação em julho, o volume de etanol dobrou frente a junho, somando 142,45 milhões de litros de etanol, com receita de US$ 58,75 milhões em jul/18. No acumulado da safra 18/19, foram importados pelo Brasil mais de 706,8 milhões de litros de etanol, principalmente dos Estados Unidos.