Após terem caído em abril – primeiro mês oficial da safra 2021/22 –, os preços dos etanóis hidratado e anidro subiram de maneira expressiva em maio. Dados do Cepea mostram que, no caso do hidratado, o Indicador CEPEA/ESALQ mensal de maio foi o maior desde fevereiro de 2020, quando esteve em R$ 2,9711/litro, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-M de maio/21). No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ mensal foi o mais elevado desde março de 2018, quando foi de R$ 3,3268/litro. O suporte veio do aquecimento da demanda em algumas semanas do mês, com distribuidoras realizando reposição de estoques, mesmo num cenário de perda de competitividade do biocombustível frente à gasolina C nas bombas paulistas. Em maio, o volume de hidratado comercializado pelas usinas de São Paulo cresceu 33,6% frente ao de abril e 14,8% na comparação com maio de 2020. Quanto à média das semanas cheias de maio do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado, foi de R$ 2,9410/litro, forte alta de 14,3% na comparação com a das semanas cheias de abril. Para o Indicador CEPEA/ESALQ do anidro, considerando-se somente o mercado spot, o Cepea registrou alta de 17,8%, com a média das semanas cheias de maio a R$ 3,4055/litro.
Diante disso, a safra 2021/22 vai caminhando com preços firmes para os dois etanóis e também para o açúcar cristal no mercado interno. Na primeira quinzena de maio, com menor processamento de cana na região Centro-Sul (quedas de 3% em relação a igual período de 2020 e de 16,2% no acumulado deste ano-safra), a produção desses produtos tem ficado abaixo da verificada no mesmo período da temporada anterior, segundo números da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar) – as diminuições são de 4,4% para o açúcar e de 8,3% para o etanol hidratado. Por outro lado, houve aumento no consumo de biocombustíveis na primeira quinzena de maio frente ao mesmo período de 2020, de 5,47% para o hidratado, somando 780 milhões de litros, e de 30,3% para o anidro, totalizando 382,5 milhões de litros, ainda de acordo com a Unica. Com a alta no segmento produtor, as cotações no mercado varejista também subiram em maio. A relação média entre os preços do biocombustível e o combustível fóssil ficou superior a 70% em todos os estados do Centro-Sul do Brasil, de acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Em São Paulo, o preço médio da gasolina C foi de R$ 5,346/litro, contra R$ 4,048/litro do etanol hidratado no período, gerando paridade de 75,7%.
NORDESTE – Nos principais estados produtores do Nordeste, os estoques de etanol foram praticamente esgotados em maio. Assim, vendedores estiveram aguardando a retirada dos produtos para, então, negociar no spot algum volume restante. No geral, em maio, foi intenso o fluxo de etanóis anidro e hidratado em maio com origem dos estados do Centro-Sul para diversas bases do Norte e Nordeste do Brasil, abastecendo as necessidades das regiões, mesmo com os custos logísticos mais elevados. Com a oferta bem restrita, os preços dos etanóis, especialmente os do anidro, subiram fortemente em maio. Em Pernambuco, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 3,0810/litro, alta de 7,6% na comparação com abril. Para o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do anidro, houve avanço de 33,03% no mesmo período, a R$ 3,9372/litro em maio. O Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado de Alagoas fechou em R$ 2,9295/litro em maio, aumento de 8,07% frente a abril. Para o anidro, a elevação chegou a 39,58% na mesma comparação, a R$ 4,0087/litro. Na Paraíba, o Indicador mensal hidratado CEPEA/ESALQ subiu 10,30% em frente a abril, fechando em R$ 3,1633/litro em maio. O Indicador mensal do anidro fechou em R$ 3,8099/litro, valorização de 31,71% comparado ao mês anterior.