Na parcial da atual safra 2020/21 (de abril/20 a setembro/20), o preço médio do etanol hidratado no estado de São Paulo está 13% inferior ao do mesmo período da temporada anterior, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IGPM). Trata-se, também, da menor média para este período desde a safra 2010/11. Esse movimento também foi observado para o etanol anidro. Esse cenário se deve à menor demanda ao longo da atual temporada, devido à pandemia de covid-19, que restringiu a mobilidade da população. Assim, caso as exportações brasileiras de etanol e também o uso de etanol outros fins não tivessem aumentado, a queda dos preços do biocombustível poderia ter sido ainda mais intensa. Ressalta-se que o etanol hidratado se mostrou competitivo frente à gasolina nos principais estados produtores durante todos os meses da atual temporada. De acordo com levantamento do Cepea, no acumulado da safra 2020/21, o volume de etanol hidratado comercializado no spot paulista caiu expressivos 36,9% frente ao mesmo período da temporada anterior.
Quanto aos preços, considerando-se a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado das quatro semanas cheias de setembro, de R$ 1,7950/litro, houve alta de 4,45% frente a agosto. Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, a elevação foi de 7%, com média de R$ 2,0886/litro em setembro – aqui são consideradas apenas negociações na modalidade spot. Ao longo de setembro, algumas usinas mostraram necessidade de liberação de espaço nos tanques, em função da moagem praticamente sem interrupções na primeira quinzena do mês. Já na segunda quinzena, os preços mantiveram-se firmes. Do lado comprador, a demanda esteve mais aquecida, já que distribuidoras precisaram repor seus estoques. No geral, o maior suporte nas últimas semanas vem do retorno gradativo das atividades econômicas em muitas regiões brasileiras. Dados captados pelo Cepea mostram que, em setembro, especificamente, o volume de etanol hidratado cresceu 13,5% frente a agosto/20 e 6% em relação ao de setembro/19.
NORDESTE – A oferta do etanol anidro e hidratado nos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba tem aumentado em função de um número maior de usinas que já voltaram a moer a cana e a comercializar os produtos nesta safra 2020/21. Mesmo assim, as cotações do biocombustível seguiram firmes em setembro. No geral, a produção e a comercialização na Paraíba segue mais avançada frente aos outros estados do Nordeste. O Indicador mensal do hidratado CEPEA/ESALQ da Paraíba subiu 2,63% frente a agosto, fechando em R$ 1,8866/litro em setembro. Para o Indicador mensal do anidro, a média foi de R$ 2,3659/litro, elevação de 3,91% contra o mês anterior. Em Pernambuco e Alagoas, o ritmo de comercialização de etanol ainda segue um pouco mais lento, uma vez que algumas usinas, principalmente alagoanas, realizaram vendas antecipadas (com retiradas estendidas) para levantar recursos neste início de safra nova. Vale ressaltar que estas negociações não foram consideradas na amostra dos Indicadores mensais divulgados. Em Pernambuco, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 1,9951/litro em setembro, alta de 4,66% frente a agosto. Para o anidro, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ fechou em R$ 2,3533/litro, avanço de 9,27% na comparação com julho – último indicador divulgado. Em setembro, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado de Alagoas fechou em R$ 1,9503/litro, aumento de 15,66% frente a julho (último dado disponível). No caso do etanol anidro, a alta foi de 11,38% na mesma comparação com a média de julho, fechando a R$ 2,3227/litro em setembro.