No segundo mês da temporada 2019/20, os preços dos etanóis recuaram. Usinas com necessidade de caixa pressionaram os preços e nem mesmo a demanda aquecida nas bombas (em função da boa vantagem do etanol hidratado frente à gasolina C) e as chuvas que atrapalharam o processamento de cana em alguns momentos, que segue abaixo do registrado no igual período da safra anterior, deram sustentação às cotações.
A média das semanas cheias de maio do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,64492/litro, 10,9% menor que a de abril. Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, a queda foi de 3,15%, com média de R$ 1,92372/litro, considerando somente o mercado spot.
Em São Paulo, o volume de etanol hidratado comercializado em maio, segundo dados levantados pelo Cepea, teve pequeno recuo de 0,45% frente a abril. No comparativo com o mesmo período de 2018, contudo, houve forte aumento de 34%.
As quedas nos preços no segmento produtor foram refletidas nos postos de São Paulo e outros estados produtores do Centro-Sul. Até o dia 30 de maio, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a média do etanol hidratado carburante foi de R$ 2,789/l, e o da gasolina C, R$ 4,267/l, gerando relação de 65,4%, favorável ao biocombustível. Nos estados de Mato Grosso (58,5%), Minas Gerais (65,3%), Goiás (65,1%) e Paraná (69,5%), o abastecimento com etanol também segue vantajoso na média de maio.
NORDESTE – A oferta do biocombustível segue limitada devido à entressafra na região. Em maio, os estoques finais do etanol hidratado foram comercializados, uma vez que houve redução de praticamente 91% do volume negociado na comparação com abril/19 em Pernambuco e de 85% em Alagoas.
A média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado no estado de Pernambuco fechou a R$ 1,9589/l (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins) em maio, queda de 3,74% frente a abril. Em Alagoas, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado caiu 6,45% em maio frente ao mês anterior, fechando a R$ 1,9083/l (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins).
A queda nos preços do etanol hidratado ocorreu pelo fluxo elevado do Centro-Sul, principalmente de Goiás e Minas Gerais para suprir a demanda dos compradores. Para o etanol anidro em PE e AL, não houve dados suficientes para compor a média do Indicador CEPEA/ESALQ mensal, uma vez que o etanol anidro importado tem abastecido a região – vale ressaltar que a média não inclui estes dados.
EXPORTAÇÕES – Segundo a Secex, foram enviados ao exterior 165,6 milhões de litros de etanol anidro e hidratado em maio, gerando receita de US$ 77,9 milhões (R$ 311,72 milhões). O volume exportado foi 82,58% superior ao de maio da safra anterior (90,7 milhões de litros). No acumulado da temporada, foram exportados mais de 169,7 milhões de litros.