Em junho, as médias mensais dos Indicadores semanais CEPEA/ESALQ dos etanóis hidratado e do anidro caíram com certa força no estado de São Paulo. A pressão veio sobretudo do baixo volume de negócios ao longo do mês. Distribuidoras se mostraram cautelosas em fechar novas compras, tendo em vista as vendas desaquecidas de combustíveis e também do cenário que se desenhava com a possibilidade de mudança tributária do etanol e da gasolina, que se consolidou somente no final do mês. Após grande expectativa dos agentes do mercado, foi aprovada a Lei Complementar nº 194 (de 23 de junho de 2022), que passou a zerar a alíquota de PIS/Cofins desde o dia 24 de junho de 2022 dos etanóis hidratado e anidro combustíveis e outros fins. No mesmo dia, foi sancionado o Projeto de Lei que limita a 18% o ICMS sobre o diesel e a gasolina e outros produtos e serviços. Com a Lei complementar em vigência, os agentes do mercado de etanol ficaram focados na realização de ajustes necessários no sistema de cada empresa.
Vale (BVMF:VALE3) informar que, embora essa mudança de alíquota de PIS/Cofins possa ter impacto no preço de mercado, ela não interfere na sistemática do cálculo dos Indicadores do Cepea, que são divulgados líquidos de tributos e já adaptados para alterações de alíquotas. Dessa forma, as séries dos Indicadores, antes e após a mudança, são comparáveis, já que nenhuma alteração regulamentar foi feita. Assim, considerando-se as semanas cheias de junho, a média mensal do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 3,0419/litro, recuo de 8,34% frente à de maio. No caso do anidro (considerando-se somente o mercado spot), a média das semanas cheias de junho do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 3,5630/litro, queda de 8% em relação à do mês anterior. Na última semana (de 27 de junho a 1º de julho), especificamente, mesmo com a maior presença de compradores e com o consequente aquecimento no volume de etanol hidratado negociado entre distribuidoras e usinas, o preço do biocombustível caiu no estado de São Paulo. Esse cenário se deve ao fato de algumas usinas terem elevado a oferta, devido à necessidade de “fazer caixa” para o início do mês de julho. Na ponta varejista, a relação entre os preços do etanol hidratado e da gasolina C nas bombas paulistas ficou em 66,5% em junho, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). As médias foram de R$ 6,843/litro para o combustível fóssil e de R$ 4,551/litro para o etanol – levantamento mensal.
NORDESTE – A primeira quinzena de junho foi marcada por chuvas intensas em algumas regiões de Pernambuco, que chegaram a danificar parte dos canaviais e também maquinários, contexto que trouxe prejuízos para parte das usinas. Com relação à comercialização de etanol, as ofertas estiveram escassas em junho, e apenas negócios pontuais e envolvendo volumes pequenos foram realizadas em Alagoas e Paraíba. Mesmo assim, os preços do hidratado recuaram em junho, acompanhando o comportamento registrado nos estados do Centro-Sul. Em Alagoas, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado em junho fechou em R$ 3,5851/litro, baixa de 5,5% frente ao de maio. Para o anidro, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ não foi calculado, já que o número de dados levantado pelo Cepea foi insuficiente para gerar a média. O Indicador mensal do hidratado CEPEA/ESALQ da Paraíba recuou 1,58%, a R$ 3,6591/litro em junho. Para o Indicador mensal do anidro, a média foi de R$ 4,1467/litro, alta de 1,96%. Em Pernambuco, não foi possível calcular os Indicadores mensais CEPEA/ESALQ do hidratado e do anidro, uma vez que, com os estoques das usinas já comercializados, o número de dados levantado pelo Cepea foi insuficiente para gerar a média. Segundo informações publicadas pelo Sindaçucar-AL, as expectativas para a próxima safra são positivas, devido ao clima, que vem favorecendo o desenvolvimento dos canaviais de Alagoas.