A média do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado (São Paulo) em setembro (considerando as semanas cheias do mês) ficou em R$ 1,7166/litro, praticamente estável (-0,51%) frente à das semanas cheias de agosto. Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, o Cepea também registrou queda, de 2,71%, com média de R$ 1,8808/litro, considerando somente o mercado spot. O volume de negócios de etanol hidratado captados pelo Cepea em setembro recuou 6,9% frente ao do mês anterior – setembro foi o segundo mês seguido de queda no volume negociado. Frente ao mesmo período de 2018 também houve queda, de 30%.
De maneira geral, as usinas seguiram firmes nas cotações, assim como a demanda das distribuidoras pelo biocombustível diante da competitividade nas bombas. Além disso, os ataques ocorridos nas refinarias de petróleo da Arábia Saudita, a alta nas cotações do petróleo nas principais bolsas e as chuvas ocorridas em algumas regiões produtoras sustentaram os preços do etanol na segunda quinzena do mês. Nos postos de São Paulo, o etanol hidratado registrou média de R$ 2,632/litro em setembro, contra R$ 4,086/litro para a gasolina C, diferença de praticamente 1,45 Real por litro entre os preços desses combustíveis, de acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). As paridades médias nos principais estados produtores do Centro-Sul foram inferiores a 70% em setembro: registrando 64,4% em São Paulo, 60,5 % em Mato Grosso, 64,8% em Goiás, 62,5% em Minas Gerais e 69,3% no Paraná, com vantagem para o biocombustível.
NORDESTE – Chuvas continuaram influenciando o andamento da safra 19/20, principalmente em Pernambuco. Algumas unidades adiaram o início da moagem; outras interromperam os trabalhos em alguns momentos. Na segunda quinzena de setembro, um número maior de unidades conseguiu iniciar a produção e a comercialização de etanol, aumentando assim a oferta do produto na região e pressionando os valores. De acordo com colaboradores do Cepea, boa parte das usinas tem priorizado a produção de etanol hidratado, seguido pelo açúcar, neste estágio da safra. Em Pernambuco, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 1,7377/litro, queda de 4,36% frente a agosto. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do anidro fechou em R$ 2,0842/litro, após sete meses sem média.
Em Alagoas, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado foi de R$ 1,7079/litro, queda de 7,73% frente a agosto. Para o anidro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ fechou em R$ 2,0235/litro, após quatro meses sem média. Na Paraíba, a safra segue firme. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 1,7366/litro em setembro, queda de 8,24% em relação a agosto. Para o etanol anidro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 2,1070/litro, baixa de 2,45% em relação ao mês anterior. A notícia do aumento das cotas de importação para 750 milhões de litros de etanol sem tarifas no País desagradou representantes do setor sucroenergético do Nordeste. Durante o mês de setembro, ocorreram diversas reuniões com membros do governo brasileiro visando encontrar uma alternativa para reduzir o impacto desta medida na produção e comercialização do etanol dos produtores nordestinos, uma vez que a maior parte do produto importado chega nos portos da região, até mesmo pela proximidade logística dos Estados Unidos.
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES – Em setembro, foram exportados pelo Brasil 225,4 milhões de litros de etanol anidro e hidratado, gerando receita de US$ 119,4 milhões (R$ 491,89 milhões), segundo a Secex. No acumulado da safra 19/20, foram destinados ao exterior mais de 1,085 bilhão de litros, alta de 23,62% frente ao mesmo período da safra 18/19 (878,2 milhões de litros). Quanto às importações de etanol, o volume atingiu 66,09 milhões de litros em setembro, queda de 21,58% frente a agosto. De abril a setembro, foram importados 745,65 milhões de litros de etanol, praticamente 15 milhões de litros a menos do que no mesmo período da temporada anterior (760,14 milhões de litros), segundo a Secex.