ETANOL: Hidratado e anidro têm novas valorizações em SP
Os preços dos etanóis comercializados no mercado paulista tiveram novos aumentos na última semana. Segundo pesquisadores do Cepea, a postura firme da maioria das usinas foi o principal fator de suporte das cotações, tendo em vista que o volume de negócios diminuiu no comparativo com as semanas anteriores.
Entre 9 e 13 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ semanal do hidratado (estado de São Paulo) foi de R$ 1,7423/litro (sem impostos), elevação de 2,3% sobre a semana anterior. Para o anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ da última semana foi de R$ 2,0129/l (sem impostos), aumento de 5,4% em relação ao período anterior.
Apesar da sequência de altas nas cotações – o hidratado está em valorização há três meses e o anidro, há 11 semanas –, na parcial desta safra (2015/16), as médias de ambos os combustíveis são as menores, em termos reais (deflacionadas pelo IGP-M de outubro/15), desde a temporada 2010/11.
AÇÚCAR: Movimento de alta segue firme
O movimento de alta nos preços do açúcar cristal segue firme no spot paulista. Na segunda-feira, 16, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal cor Icumsa entre 130 e 180, mercado paulista, fechou a R$ 76,98/saca de 50 kg, aumento de 4,8% no acumulado parcial de novembro.
Segundo pesquisadores do Cepea, mesmo com compradores diminuindo um pouco as aquisições no spot, representantes de usinas ainda estão firmes nos valores de venda do açúcar cristal. As chuvas que ocorreram no período não foram muito intensas e a produção nas usinas foi interrompida somente no início da semana passada. No entanto, com as precipitações acumuladas nos últimos três meses, a cana-de-açúcar pode ter a qualidade prejudicada para a produção do cristal.
Desta forma, o mercado pode ter redução de oferta, com volumes de açúcar cristal restritos ao necessário para cumprir contratos, em especial durante o período de entressafra.
TRIGO: Colheita se aproxima do fim e qualidade ainda preocupa
À medida que a colheita de trigo se aproxima do final no Brasil, a baixa qualidade desta temporada fica mais evidente. Pesquisadores do Cepea indicam que, além de prejudicar a rentabilidade do triticultor, esse resultado pode motivar produtores a optarem por outras culturas em detrimento do trigo nas próximas temporadas.
Para os compradores, a baixa qualidade do cereal brasileiro tende a elevar as importações, encarecendo os custos de moinhos devido ao câmbio. Segundo dados divulgados na semana passada pela Conab, a produção nacional de trigo deve totalizar 6,23 milhões de toneladas, 6% inferior ao volume indicado pela Companhia em outubro.
Quanto à comercialização, produtores paranaenses continuam vendendo somente o necessário para pagamentos de despesas de curto prazo, no aguardo de novas altas nos preços. Já no Rio Grande do Sul, há pouco interesse de compra por parte dos moinhos, devido às dificuldades de encontrar o produto com as características exigidas para panificação.
Segundo colaboradores do Cepea, muitos moinhos, inclusive, estão devolvendo os lotes adquiridos que foram para as análises. Além disso, com a paralisação dos caminhoneiros no início da semana passada, muitos moinhos estiveram aguardando o desfecho das manifestações para então efetuar novos negócios.