A demanda das distribuidoras por etanol seguiu firme na primeira quinzena de agosto, assim como os preços. Já, na segunda metade do mês, os valores recuaram, devido a necessidades financeiras e/ou de espaços nos tanques das usinas. Segundo dados levantados pelo CEPEA/ESALQ, o volume de negócios envolvendo o etanol hidratado em São Paulo recuou fortes 33% de julho para agosto. Esse cenário esteve atrelado à retração de parte dos compradores, que se mostrou abastecida, principalmente nas últimas semanas do mês, retirando produto adquirido anteriormente e/ou de contratos de ano-safra. Quanto aos preços, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado nas semanas cheias de agosto foi de R$ 1,7254/litro, 2,74% acima da observada nas semanas cheias de julho e 12,7% superior à de agosto do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-M de agosto/19). O Indicador CEPEA/ESALQ do anidro, por sua vez, teve média de R$ 1,9331/litro em agosto, altas de 3,74% frente à de julho e de 16,6% em relação à de agosto/18 – considerando apenas o mercado spot.
Na parcial da safra 2019/20 (de abril a agosto de 2019), a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado está 3,6% acima da observada no mesmo período de 2018, em termos reais. No caso do anidro, a média desta safra está 3,21% acima da registrada na parcial da temporada anterior. Nos postos, o abastecimento com etanol hidratado nos estados do Centro-Sul seguiu vantajoso em agosto. De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a paridade foi de 64,3% nos postos paulistas, com média de R$ 4,083/litro para a gasolina C e de R$ 2,625/litro para o etanol. Nos estados de Mato Grosso (57,9%), Minas Gerais (62,4%), Goiás (63,4%) e Paraná (68,8%), as relações médias seguem inferiores a 70%, favoráveis ao etanol.
NORDESTE – A safra sucroalcooleira 19/20 se iniciou em Pernambuco e em Alagoas. Algumas usinas começaram a moer e comercializar o etanol hidratado na segunda quinzena de agosto, apesar das chuvas, que atrapalharam o andamento dos trabalhos em alguns momentos, principalmente em Pernambuco. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado em Pernambuco foi de R$ 1,8169/litro em agosto, e em Alagoas, de R$ 1,8511/litro. Não houve dados suficientes para a elaboração e divulgação dos Indicadores mensais CEPEA/ESALQ do anidro para esses estados, uma vez que as usinas ainda estão iniciando a produção de etanol hidratado e açúcar. Na Paraíba, a moagem segue firme e praticamente todas as unidades já estão ativas. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 1,8925/litro em agosto, variação negativa (-3,83%) frente à média de julho. Para o etanol anidro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 2,1600/litro, indicando estabilidade (+0,01%) em relação ao mês anterior.
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES – As exportações de etanol (anidro e hidratado) somaram 314,4 milhões de litros em agosto, gerando receita de US$ 161,8 milhões (R$ 650,436 milhões), de acordo com a Secex. O volume foi 52,15% superior ao exportado em jul/19, e a receita, 56,03% maior, no mesmo comparativo. No acumulado da safra 19/20 (abril a julho), foram enviados ao exterior 860,20 milhões de litros, alta de 22,57% frente ao mesmo período da safra anterior (701,8 milhões de litros). Em agosto, foram importados pelo Brasil 84,3 milhões de litros, sendo que o volume quase que total (99,87%) foi destinado aos portos dos estados do Nordeste, como Maranhão, Pernambuco e Bahia, segundo a Secex. De abril a agosto, o Brasil importou 679,6 milhões de litros de etanol. O governo brasileiro prorrogou por mais um ano a medida que permite a entrada de etanol sem tarifas no País. À partir de 1º de setembro, foi estabelecida pela Portaria nº 547 (31 de agosto de 2019) a cota de 750 milhões de litros de etanol importado por ano. Os volumes que ultrapassarem esse limite serão taxados em 20%. Anteriormente, eram permitidos 600 milhões de litros livres de impostos por ano.