Os gastos públicos em 2022 serão elevados pelo governo, só resta saber de que forma. A certeza é que haverá um relaxamento fiscal e isso impacta em aumento do risco país e elevação na taxa de câmbio (real desvalorizado).
É claro que teremos momentos de melhora para a nossa moeda, tais como, quando e se aprovarem a PEC dos precatórios, afinal, por pior que seja pelo menos é um assunto indigesto para tirar do radar. Também quando houver o próximo aumento da Selic, que em minha opinião já está em parte precificado pelo mercado, mas também aliviará para o lado do real pelo diferencial de juros do Brasil frente aos países como EUA.
A incerteza quanto às políticas econômicas e o aumento do risco fiscal afetam o câmbio, as falas de Powell que mostraram que podem finalizar o programa de compra de títulos alguns meses antes do previsto, ajudam a piorar o desempenho do real. Além disso a nova variante do coronavírus adiciona ainda mais dúvidas quanto às perspectivas de recuperação das economias ao redor do mundo e faz com que o investidor busque ativos de segurança e proteção. Mais força para o dólar portanto.
Fatores globais ajudam a explicar o aumento da pressão sobre o consumidor, em meio à valorização das commodities e gargalos na cadeia de abastecimento, o que ajuda a explicar inflação elevada no Brasil. Mas a inflação já é um problema de todo o mundo, só esqueceram de avisar o BCE que ela não é transitória, até o líder do Fed. Jerome Powell já entendeu isso.
E ontem com tudo isso o dólar comercial subiu 0,61% e terminou o dia cotado a R$ 5,671 na venda. Quarta alta consecutiva da moeda americana.
Hoje veremos o PIB anual e trimestral do Brasil, a taxa de desemprego na Europa e pedidos iniciais por seguro desemprego nos EUA. Além disso vamos monitorar alguns discursos de membros do Fomc.