Os mercados começaram a semana mostrando que alguma coisa está fora da ordem. Enquanto os índices de ações das bolsas de Nova York encerraram a segunda-feira (29) próximos aos seus níveis recordes - ou renovando essa marca - o Ibovespa caiu um pouco mais. E a história pode permanecer a mesma nesta terça-feira (30).
Tanto um cenário quanto o outro estão se tornando improváveis. É por isso que os mercados aqui sofrem mais do que os negócios lá fora, com a China sendo um fator adicional de pressão local. O resultado final é uma piora ainda marginal dos ativos emergentes, em meio a um ajuste de posições e de preços antes da “Super Quarta”.
Mas se o Fed decidir entregar o que o mercado espera - a saber, um corte antes do início do verão (no hemisfério norte) - o apetite por risco tende a ser revigorado, com Wall Street devendo parte da alta acumulada nas últimas três semanas. O contrário também pode ser verdadeiro, intensificando a deterioração global e ampliando o descolamento doméstico.
Agenda antes da Super Quarta
É essa reviravolta que está em jogo. Mas nem tudo é sobre taxa de juros. A agenda econômica do dia traz o relatório Jolts sobre a abertura de vagas nos EUA (12h), além dos números do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro logo cedo. No fim do dia, saem dados sobre a atividade nos setores industrial e de serviços na China.
O noticiário corporativo também agita o pregão. Lá fora, as big techs Alphabet (NASDAQ:GOOGL) e Microsoft (NASDAQ:MSFT) divulgam seus resultados, após o fechamento. Aqui, as ações da Gol (BVMF:GOLL4) devem seguir em queda livre, agora fora dos índices da B3 (BVMF:B3SA3), enquanto a Vale (BVMF:VALE3) reage à produção acima do esperado de metais, porém com vendas menores, o que elevou o estoque da mineradora.
Aliás, o minério de ferro fechou em leve baixa no mercado futuro chinês (Dalian). As bolsas de Hong Kong e Xangai registraram fortes perdas, em meio às preocupações com a economia chinesa, o que contamina os futuros dos índices em Nova York. Já o petróleo tem ligeira alta, assim como as praças europeias, após a Alemanha ter evitado uma recessão.