O Investing.com Brasil encerra hoje uma série de três artigos sobre como investir no Tesouro Direto. Abordamos como investir no Tesouro Direto com foco no longo prazo, como para complemento de renda na Previdência e para adquirir um imóvel. Para você que está apenas começando a investir, leia nossa primeira parte quando apresentamos os títulos disponíveis para compra e como aplicar seu capital para garantir bons rendimentos contando com o menor risco do mercado. Na segunda semana, tratamos sobre uma estratégia avançada para operar no curto prazo. Não perca e boa leitura!
Para quem pretende atingir objetivos de longo prazo, o Tesouro Direto oferece boas oportunidades de investimento com taxas elevadas, capazes de proteger o dinheiro da inflação e ao mesmo tempo gerar riqueza, com ganhos reais.
A modalidade de investimento acaba por se caracterizar como uma boa opção para investidores conservadores que tem como objetivos elevar a renda da aposentadoria ou adquirir um imóvel no futuro, sem precisar recorrer a outras opções que carregam consigo taxas mais elevadas, como planos de previdência privada e consórcios comercializados por bancos e outras instituições financeiras, que cobram taxas sobre os investimentos.
O ideal é casar o vencimento do título com a sua a necessidade de recursos e evitar, assim, uma possível perda de capital com liquidação antecipada em momento de desvalorização dos títulos e o maior custo com a tributação.
Ganho real garantido
Em termo de proteção contra a inflação, a cesta de oferta do Tesouro Direto indexada ao IPCA é a melhor opção para garantia de ganhos reais em longo prazo, independente dos rumos da economia. Os títulos IPCA+ (antigo NTN-B) remuneram o investimento a uma taxa pré-fixada pelo Tesouro Direto somada ao IPCA.
“Numa renda fixa tradicional, você não em essa proteção contra a inflação, necessariamente. Você pode estar projetando um ganho que com o tempo não vai chegar nos seus objetivos”, avalia o CEO da gestora de investimentos Vérios, Felipe Sotto-Maior.
Além do Tesouro IPCA, a composição da carteira de longo prazo também pode contar com aplicações em taxas pré-fixadas, que pagam uma taxa fixa contratada no ato da compra do título. Com prazos menores (atualmente 2020, 2023 e 2027), o Tesouro Prefixado tem a função, na formação de uma carteira de longo prazo, de travar o investimento em uma taxa mais alta caso o cenário seja de redução nos índices de inflação e na taxa básica de juros.
As opções de investimento em renda fixa, de forma geral, carregam consigo o desafio da liquidez: no Tesouro Direto, o investidor pode sacar o dinheiro quando quiser, mas assume o risco de perder dinheiro com venda antecipada dos títulos; e outras opções – por vezes com juros mais atrativos –, como LCIs, LCA e debêntures, permitem a liquidação apenas no vencimento.
A carteira também poderá ser montada para gerar recursos enquanto o capital estiver investido, o que gera uma renda extra, alternativa interessante para complementar a renda ou se aposentar sem reduzir o montante principal. A estratégia passa pelos títulos do Tesouro Direto que entregam pagamento sazonais dos juros, conhecido também como cupons,
A data de pagamento semestral dos cupons é determinada pelo título adquirido. Os indexados ao IPCA pagam juros em fevereiro e agosto, ou em maio e novembro. Já os Prefixados pagam em janeiro e julho.
É possível, portanto, que o investidor organize sua carteira para a cada bimestre receber os juros sobre o valor aplicado, distribuindo os ganhos ao longo do ano.
As datas de pagamento dos cupons podem ser consultadas no site do Tesouro Direto.
Vencimento e o risco do imprevisto
Como todo investimento de longo prazo, o Tesouro também pode punir o investidor que antecipa o saque, reduzindo os rendimentos. O ideal é casar a necessidade dos recursos e com o vencimento do título.
Para isso, segundo especialistas, é é preciso ter recursos de emergência em ativos de alta liquidez – como o Tesouro Selic – para sustentar suas despesas pessoais por três a seis meses, ou se for mais conservador, por um ano.
“O ideal é ter uma parte para longo prazo e uma parte reservada em Tesouro Selic. É preciso avaliar que tipo de percalços o investidor pode ter. O ideal é ter uma reserva de segurança compatível com os riscos mais comuns”, explica Sotto-Maior.
Atualmente, mesmo com a tendência é de queda na taxa de juros - que reduz a remuneração dos títulos – o Tesouro Selic segue interessante por ser um investimento menos exposto à volatilidade do mercado, portanto mais seguro em caso de necessidade de venda antecipada. Ao mesmo tempo em que remunera mais que a poupança.
“Dinheiro na poupança é sempre uma furada. Tem uma razão histórica para ela existir, mas hoje em dia não faz sentido. O Tesouro Selic tem uma rentabilidade muito acima da poupança, é mais seguro, rende todos os dias e não uma vez por mês (como a poupança) e tem a liquidez de um dia útil”, reforça o especialista.
Imposto de Renda
A tributação do Tesouro Direto também privilegia as aplicações de longo prazo, com redução progressiva das alíquotas de imposto de renda, que incidem somente sobre os rendimentos, sem cobrança sobre o principal. A alíquota regressiva cai dos 22,5% para 15%, de acordo com o número de dias em que os títulos ficam em custódia, atingindo o menor valor a partir de 720 dias.
Em caso de pagamento de títulos com juros sazonais, o IR incide conforme a data de pagamento do cupom. O primeiro cupom estará sujeito à alíquota de 22,5% (até 180 dias), o segundo, à 20% (181 a 360 dias).
Todos os anos, o Tesouro Direto atualiza os títulos disponíveis, com novas ofertas que permitem que os investidores se beneficiem da alíquota mínima. Em 2017, por exemplo, foi lançado o Tesouro Prefixado 2020 (LTN), substituindo o Tesouro Prefixado 2019 (LTN), e o Tesouro Selic 2023 (LFT), no lugar do Tesouro Selic 2021 (LFT). Também passou a ser oferecido o Tesouro IPCA 2045 (NTN-B Principal).
Concluímos hoje o ESPECIAL TESOURO DIRETO no Investing.com Brasil. Abordamos os conceitos básicos e estratégias avançadas para operar no curto prazo e encerramos com o texto de hoje de como atuar de olho no longo prazo, para atingir seus objetivos, proteger seu patrimônio e ganhar com a tributação regressiva.