Já faz algum tempo que temos escutado o termo “ESG” por aí. Não à toa, o assunto tem dado o que falar. Quando criei o Ella’s com algumas sócias há cerca de cinco anos, eu sempre fazia a seguinte pergunta para as clientes: quais tipos de negócios vocês querem nutrir com o dinheiro de vocês? A resposta, quase invariavelmente, envolvia “empresas que se preocupam com a agenda de sustentabilidade e responsabilidade social”.
Embora a pauta tenha sido um pouco esquecida durante a pandemia, ela não foi abandonada. Gestores, governantes e sociedade parecem ter entendido, ao menos em partes, a necessidade dessa discussão.
Diante deste cenário, recebi uma boa notícia esta semana.
Dados da Anbima mostram que a questão da sustentabilidade tem avançado no mercado financeiro. De acordo com levantamento da entidade, existem atualmente cerca de 91 fundos IS (investimento sustentável) e 39 que integram aspectos ESG. Em meados de 2022, a quantidade era de 41 e 13, respectivamente.
Além disso, o patrimônio líquido de ambos os tipos de fundos somados no início de 2024 era de cerca de R$13,4 bilhões, quase o dobro dos R$7,4 bilhões registrados há dois anos atrás.
Este movimento revela uma tendência bastante positiva, que, segundo diversos gestores, tem sido impulsionada pela pressão social, ou seja, investidores em busca de alternativas mais responsáveis social e ambientalmente.
Por outro lado, uma das dificuldades da indústria financeira está justamente em conseguir vender este tipo de produto para o investidor, especialmente o institucional. Isso ocorre porque a agenda ESG pegou certa fama de não trazer retornos tão altos quanto outras áreas, o que não é verdade.
Ao pesquisar um pouco, descobri que existem fundos de crédito privado neste segmento que podem oferecer retornos acima do CDI. Obviamente, assim como em todas as outras classes, existem riscos envolvidos na operação, e é preciso diversificar entre as diversas opções disponíveis para não haver problemas maiores no futuro.
Por fim, vale dizer que esse crescimento dos fundos de investimento sustentável e ESG é um indicativo claro de que o mercado financeiro está começando a responder às demandas por responsabilidade social e ambiental.
Os números apresentados pela Anbima mostram um avanço significativo neste sentido.
E, apesar dos desafios sobre a viabilidade dos fundos ESG, os dados demonstram que é possível obter retornos atrativos sem comprometer princípios de sustentabilidade.
A pressão social tem sido um catalisador fundamental para esse movimento, mostrando que os investidores estão cada vez mais conscientes e exigentes em relação às práticas das empresas em que investem. E é preciso que este movimento continue.
Com a tendência de crescimento, o futuro dos investimentos ESG parece promissor, beneficiando não apenas o meio ambiente e a sociedade, mas também proporcionando retornos financeiros.
É um sinal claro de que o alinhamento entre lucro e responsabilidade pode, sim, ser uma realidade na economia.
Pense nisso e até a próxima!