Os critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) ganharam espaço e superaram aquela fama inicial de tendência ou estratégia de marketing corporativo, estabelecendo-se como um conjunto de parâmetros essenciais para a avaliação de ativos financeiros. Sua influência tem mudado profundamente a dinâmica dos mercados de capitais, tanto em âmbito nacional quanto internacional.
E, para o investidor que deseja construir uma carteira rentável em 2025, é crucial entender o papel que o ESG tem desempenhado recentemente.
Em um artigo publicado por mim neste espaço anteriormente, comentei um pouco da visão de Carlos Parizotto, sócio da área de Investment Banking da Galapagos Capital, sobre esta questão.
Segundo o gestor, o ESG passou de um conceito periférico para um conjunto de fatores determinantes na precificação e configuração de transações financeiras, especialmente, de M&A.
Carlos enfatizou que estruturas de governança robustas, conselhos de administração independentes e auditorias rigorosamente conduzidas, como o ESG prega, constituem premissas básicas em qualquer avaliação de risco.
Ele cita o caso de uma grande corporação que enfrentou resistências em negociações devido às críticas relacionadas ao ambiente de trabalho.
Para que o negócio fosse concluído, não teve outra forma, a companhia precisou se ajustar e seguir as regras estabelecidas.
Este caso, segundo Carlos, evidencia como os fatores sociais de ESG podem impactar não apenas a reputação, mas também as condições de mercado e as premissas financeiras de uma transação.
Por isso, para o investidor, a adoção do ESG não se limita apenas à ética corporativa; ela repercute diretamente na rentabilidade de um portfólio.
Algumas pesquisas já indicam que empresas que adotam práticas ESG robustas demonstram maior resiliência em períodos de instabilidade, atraindo fluxos consistentes de capital institucional.
Por outro lado, organizações que negligenciam tais práticas enfrentam riscos significativos, incluindo penalizações regulatórias e degradação em sua reputação, ambos com potencial de comprometer a sustentabilidade financeira a longo prazo.
Por fim, com base em alguns anos olhando para o ESG de perto, não seria um erro concluir que a governança é o pilar principal dessa agenda.
Sem ela, realmente, os aspectos sociais e ambientais não vão receber a devida atenção.
Em outras palavras, a governança estabelece as regras do jogo, garantindo transparência, responsabilidade e alinhamento de interesses. E, mais do que isso, ela garante sustentabilidade para o negócio ao longo do tempo.
Pense nisso e até a próxima!