Nos últimos meses o tema ESG tem sido discutido de forma recorrente nos mercados de todo o mundo. Isto tem ocorrido, em grande parte, por conta da pandemia causada pelo coronavírus. Gestores de todo o mundo têm se preocupado com o assunto e alguns analistas têm afirmado que as empresas vencedoras no futuro serão aquelas cujo comportamento frente às questões ambientais, sociais e de governança serão colocadas em primeiro plano.
Não é á toa que os fundos de ações sustentáveis estão na liderança em rentabilidade da categoria nos últimos 12 meses. As informações são da própria Anbima. Na comparação com os outros tipos de fundos de ações, aqueles focados em Sustentabilidade/Governança acumulam retorno médio de 9,88%, contra 1,68% das outras subcategorias de ações.
Para ajudar a dar uma dimensão do tamanho deste mercado, podemos olhar alguns números divulgados pela XP Investimentos. De acordo com a corretora, hoje mais de US$ 30 trilhões em ativos são gerenciados por assets com estratégias balizadas em sustentabilidade. Se olharmos somente para a Europa, são cerca de US$ 14 trilhões.
Mas o que significa ESG? Em primeiro lugar, a sigla vem do termo em inglês Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança em inglês). No mercado financeiro, os investimentos ESG são aqueles que consideram os aspectos descritos acima como critérios de análise.
A ideia de utilizar ESG para selecionar ativos tem como objetivo trazer à tona questões fundamentais para o bem da sociedade, equilíbrio do planeta e construção de um mundo melhor. De forma resumida, o que precisamos a partir de agora são de empresas mais eficientes (em todos os sentidos), inclusivas e diversas.
Mas como esta sigla deve mudar o mercado respondendo ao questionamento inicial do artigo? Na verdade este processo já foi iniciado no mundo há alguns anos. Basta reparar no volume de recursos que esta indústria tem movimentado (na casa dos trilhões de dólares).
Por outro lado, no Brasil o movimento ainda é tímido, mas algumas iniciativas começam a chamar atenção. Temos visto empresas, inclusive algumas corretoras, trazendo o tema para debate com equipes de Research focadas neste segmento.
Seja lá como for, a crise mostrou como pessoas, empresas e nações estão intrinsecamente conectadas. A transformação começou e quem não estiver atento, ficará para trás no futuro. Bons negócios!