Aqui estamos, questionando o porque da subida do dólar ser tão grande como está se mostrando ultimamente.
Ontem, dia 14/05, o dólar bateu 3,63, um valor só visto alto assim em 2016, hoje, o dólar alcançou 3,69 tendo uma leve baixa no fim do dia com fechamento em 3,65.
Isso gera vários questionamentos sobre a razão por tal valor. O dólar vai ficar maior? Tende a subir mais? Isso é normal ou está acontecendo apenas com o Brasil?
Bom, tudo começou dia 06/03, o dólar estava a 3,21, dia em que Lula foi preso e era suposto (para alguns), nossos problemas acabarem. Bom, mal sabíamos nós que ele estava apenas começando. Para surpresa de todos, a partir desse dia o dólar apresentou uma subida que está acontecendo até hoje.
Bom, mas então, o que aconteceu? É o PT?
Na verdade não. De certa forma, a moeda norte americana teve uma alta em relação as outras moedas do mundo de uma forma geral, as políticas do Trump valorizaram o protecionismo americano que gera de uma certa forma uma fortificação da moeda. As empresas se tornam mais confiantes, a população se sente mais segura e o sentimento atrai investidores que fortificam seus investimentos no país, isso justifica uma grande parte do seu valor.
Ok, mas então é tudo internacional?
Também não. O Brasil também passa por uma situação difícil no mercado internacional, temos probleminhas aqui e ali que afetam o preço da nossa moeda. Pra começar do começo: Corrupção.
Essa palavra pode ser a chave pra uma decorrência triste no valor do mercado brasileiro.
Corrupção, como você deve imaginar, gera desconfiança, pessimismo, insegurança, esses fatores fazem com que o descrédito no mercado brasileiro seja maior. Empresas gigantes como Petrobras (SA:PETR4) e Odebrecht, sendo alvos de investigação geram medo de investidores externos e até dos próprios brasileiros que não confiam mais seu dinheiro no seu próprio país. Essa é uma das coisas que gera um efeito que os economistas chamam de "Efeito Manada", é uma ideia de que a partir do momento em que um grupo grande de pessoas retira seus investimentos no mercado nacional, muitas pessoas fazem o mesmo, tornando o mercado uma bola de neve.
Além disso, temos uma situação política desfavorável. No nosso governo atual há uma série de divergências e incertezas que assustam ainda mais os investidores. A possibilidade de um governo mais protecionista e conservador economicamente faz com que a nossa moeda se desvalorize. Após as pesquisas eleitorais realizadas de 9 a 12 de maio, o mercado brasileiro respondeu com uma alta de 0,77%, passando daqueles 3,62 para 3,69, valor visto apenas em março de 2016.
Resumidamente, diríamos que o valor do dólar é majoritariamente pelo cenário externo, incluindo valorização de mercados americanos, polêmicas do governo Trump, mas de certa forma o cenário nacional não contribui para uma equivalência, o que leva a uma situação que estamos vendo agora.
Bom, mas e o dólar tende a subir mais ainda?
Nunca podemos afirmar com certeza, mas há muitos analistas, a maioria, que acredita que sim. De acordo com uma avaliação do Banco ING, o dólar pode chegar a 4 se o Banco Central não agir logo. "Os atuais níveis já incorporam um ambiente político menos favorável à moeda e, ajudados por um superávit comercial externo recorde, parecem suficientemente atraentes para os exportadores de commodities, que aumentaram suas vendas em dólar ultimamente" afirmou o banco a seus investidores.
Não podemos saber ao certo, mas com a cena política brasileira e a previsão do resultado das eleições presidenciais é muito provável a piora nesse valor.
Opinião:
Nosso governo atual está apresentando uma solução nada favorável a população que utiliza dólares. Com uma situação incerta sobre o futuro político brasileiro, o Banco Central tem se mantido na defensiva, tomando medidas que não serão, segundo alguns analistas, capazes de impedir a alta continua da moeda. O Comitê de Politica Monetária (Copom) divulgará na quinta feira a decisão sobre a politica de juros básico brasileiro, atualmente em 6,50% ao ano, o que já é considerado um valor baixíssimo, a previsão de economistas é que essa taxa caia mais 0,25%, deixando a taxa SELIC na menor taxa da história. Isso decorre de que mesmo após a diminuição da taxa de juros a economia não respondeu da forma que queriam.
De certa forma, o que o mercado brasileiro está fazendo, involuntariamente, é fazer com que seja mais atrativo você, brasileiro, valorizar a economia nacional: o que é bom, mas arriscado.
Teremos que acompanhar os próximos capítulos.
Um abraço.