O Itaú Unibanco (SA:ITUB4) divulgou na quinta-feira (13) a compra do controle da corretora Ideal, com a opção de adquirir o restante da empresa em cinco anos.
O cheque do Itaú será de 651,3 milhões de reais por 50,1 por cento da corretora e os 49,9 por cento restantes após cinco anos.
Mas você saberia responder qual é a lógica por trás da aquisição da Ideal Holding Financeira pelo Itaú Unibanco?
O Itaú não dá ponto sem nó. O conglomerado está em busca de estancar a vazão de dinheiro para os bancos digitais, tendo em vista a perda de bilhões de reais para os escritórios de Agentes Autônomos de Investimento (AAI) ligados à XP Investimentos (SA:XPBR31) (NASDAQ:XP) e ao BTG Pactual (SA:BPAC11).
Plataforma para atrair AAIs
Com a aquisição, o banco laranja poderá oferecer produtos e serviços financeiros (“broker as a service”) em modelo B2B2C por meio da plataforma white label. Em outras palavras, significa que o Itaú vai oferecer uma plataforma própria para os AAIs. E qual a vantagem nisso?
Quando os agentes autônomos trabalham com as corretoras do BTG Pactual e da XP Investimentos, por exemplo, os clientes não são deles. Ao sair, pela regra de mercado, os AAIs podem levar apenas cerca de 20 por cento da carteira. Com isso, precisam captar dinheiro novo.
Ao ajudar os agentes autônomos a “virarem” empresa, o Itaú passa a roubar os AAIs dos bancos digitais. No entanto, é cedo para apostar no sucesso da estratégia do Itaú, mas tudo indica que eles podem fazer a diferença nesse segmento.
Outros pontos relevantes
Segundo o Itaú, outro ponto que chamou a atenção no negócio foi que, por meio da plataforma da Ideal, o banco poderá avançar em sua estratégia de distribuição de produtos de investimentos para clientes pessoas físicas com canais de distribuição alternativos, em parceria com a Ideal.
Por fim, a aquisição também poderá contribuir para o aperfeiçoamento da infraestrutura do Itaú e, futuramente, acelerar a entrada do banco no mercado de agentes autônomos, em complemento ao modelo utilizado hoje.
A conclusão da operação está sujeita às aprovações dos órgãos reguladores competentes — Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e BC (Banco Central).