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Enquanto todos olham para o Bitcoin, ouro dispara: Rali já acumula alta de 35%

Publicado 11.12.2024, 10:30
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A China desempenha um papel central no recente rali do ouro. Em novembro, o Banco Popular da China (PBoC) reportou a compra de 160.000 onças do metal, marcando o fim de uma pausa de seis meses. Este movimento reforça a diversificação de reservas em meio aos esforços do governo chinês para impulsionar o crescimento econômico, com novas medidas de estímulo prometidas pelo Politburo. A continuidade dessas compras aumenta as expectativas de valorização do ouro, ao mesmo tempo que incentiva a demanda especulativa por lingotes no mercado internacional.

No Oriente Médio, a deposição do regime de Bashar al-Assad na Síria adicionou volatilidade a uma região já instável. A formação de um novo governo, junto à presença de potências estrangeiras como Israel e Turquia, amplia a incerteza política, favorecendo o ouro como refúgio seguro.

Na Europa, tensões políticas também ajudam a sustentar os preços do metal. Impasses na França e na Alemanha, relacionados a políticas fiscais e disputas de governança, aumentam o risco sistêmico e ampliam os fluxos para ativos considerados mais estáveis. Esses fatores geopolíticos criam uma base sólida para o mercado de ouro em um ambiente global de risco elevado.

Expectativas de Política Monetária nos EUA

Outro pilar que sustenta o preço do ouro é a expectativa de flexibilização monetária nos Estados Unidos. Segundo a ferramenta CME FedWatch, há 86% de probabilidade de que o Fed reduza as taxas de juros em 25 pontos-base na próxima reunião de 17 a 18 de dezembro.

Os dados de inflação são cruciais para essa perspectiva. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) geral nos EUA deve subir de 2,6% para 2,7% em novembro, enquanto o núcleo do IPC deverá permanecer estável em 3,3% ao ano, ainda acima da meta de 2% do Fed. Apesar de uma inflação resiliente, o mercado espera que a desaceleração econômica force o Fed a implementar novos cortes de juros em 2025, mantendo os rendimentos dos títulos do Tesouro próximos às mínimas de várias semanas.

O ambiente de taxas de juros mais baixas torna o ouro – um ativo sem rendimento – mais competitivo, atraindo investidores que buscam diversificação e proteção contra a inflação.

Impactos Globais e Perspectivas

A conjuntura global reforça o ouro como um ativo estratégico. A incerteza geopolítica no Oriente Médio, agravada pela deposição de Assad na Síria, e as tensões internas na Europa criam um ambiente de risco que incentiva a busca por proteção.

No curto prazo, a especulação de que o PBoC continuará comprando ouro deve alimentar ainda mais a valorização do metal. Adicionalmente, a expectativa de novos cortes de juros nos EUA adiciona um suporte significativo, especialmente com os mercados precificando dois ou três cortes adicionais em 2025.

Os contratos futuros de taxa de fundos federais sugerem que investidores esperam 19 bps de flexibilização até o final de 2024, indicando um cenário favorável para ativos sem rendimento como o ouro.

O rali do ouro reflete um cenário global complexo e favorável ao metal precioso. Fatores como a retomada das compras da China, as tensões no Oriente Médio e na Europa e as apostas de cortes nas taxas de juros pelo Fed criam uma base robusta para a valorização.

Para investidores, o ouro representa uma oportunidade estratégica em meio a riscos geopolíticos e incertezas econômicas. Se os cortes de juros forem confirmados e a demanda especulativa chinesa persistir, o metal pode ultrapassar a marca de US$ 2.700, mantendo-se acima desse nível e consolidando-se como um dos ativos mais resilientes no atual ambiente global.

Com o suporte técnico intacto e os fundamentos sólidos, o ouro deve permanecer no radar dos investidores como uma proteção eficaz contra riscos e um veículo de diversificação em portfólios globais.

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