RAROS NEGÓCIOS DE SOJA REALIZADOS NO MERCADO INTERNO NESTA SEMANA E PERSPECTIVAS SÃO FAVORÁVEIS AO MÉDIO PRAZO.
A semana foi de poucos negócios realizados por parte dos produtores brasileiros de soja. Mesmo com a alta volatilidade na Bolsa de Futuros de Chicago, o fortalecimento do real face ao dólar desfavoreceu as vendas no mercado interno. Os preços no mercado físico, contudo, apresentaram leve valorização semanal. As sacas disponíveis no Porto de Paranaguá voltaram a ser cotadas pouco acima da faixa de R$ 90,00, especialmente após a metade da semana.
À medida em que a colheita do milho se intensifica no centro-oeste e a forte quebra de produção começa a ser concretizada para o produtor, não dando oportunidade de aproveitar os altos preços de milho no mercado interno, pouco resta também da safra passada de soja para ser comercializada, cerca de 20%. Em proporção similar, estima-se que um quinto da safra 2016/17 da oleaginosa já tenha sido comercializada antecipadamente no país.
No que tange as lavouras brasileiras, o relatório de estimativas agrícolas do Departamento de Agricultura Americano (USDA, na sigla em inglês) segue prevendo que a próxima safra de soja no país atingirá as 103 milhões de toneladas, o que seria um aumento de 7% em relação ao registrado este ano. Nas últimas safras, porém, o USDA vem projetando valores maiores do que o que acaba sendo efetivado no Brasil. O relatório deste mês também seguiu projetando aumento das exportações (4%) e dos estoques finais (1%). Quanto ao processamento doméstico, o Departamento indica uma leve retração em relação à safra 2015/16.
Embora nos próximos meses, os preços de soja estejam altamente susceptíveis a efeitos da safra americana, e, portanto, deva apresentar desvalorização das cotações no segundo semestre, a julgar pelas estimativas agrícolas e o comportamento sazonal, os preços deverão favorecer o produtor brasileiro no período de colheita em 2017.
EM CHICAGO, OS OLHOS ESTÃO VOLTADOS PARA O CLIMA AMERICANO.
A semana foi de altos e baixos da soja na bolsa de Chicago. Novas atualizações climáticas e dados do USDA movimentaram o mercado. Apesar das oscilações, o contrato spot fechou a semana com uma variação positiva de menos de meio por cento. O relatório apontou um leve aumento dos estoques finais americanos juntamente comum aumento da produção. No panorama global, houve aumento da produção mundial, principalmente devido aos Estados Unidos e leve aumento dos estoques finais, todos estes dados para safra futura 2016/17. Mas o que movimentou o mercado na terça-feira e quarta-feira (12 e 13/07), foram os dados em relação ao consumo. A demanda por soja subiu, juntamente com as exportações e o processamento. Isso levou a um aumento das cotações em todos os contratos.
O clima dos Estados Unidos, contudo, segue sendo o principal balizador das cotações. Até o início da semana os relatórios climáticos apontavam que para os próximos dias o clima no Meio-oeste americano seria mais quente e com chuvas abaixo do esperado para esta época do ano, e as notícias se refletiram nas cotações. Mas uma nova atualização mostrou mudanças, e o clima seria mais ameno e as chuvas um pouco melhores.
Os fundos realizaram lucros e a semana de pregão fechou com leve alta nas cotações da oleaginosa. Este é um período de intensa volatilidade e será assim até que se tenha uma definição mais precisa de como será a safra americana. Os boletins climáticos e o câmbio seguirão sendo os principais influenciadores do mercado.
A atualização de condições das lavouras norte-americanas divulgada essa semana pelo USDA mostra melhora nas diversas regiões produtoras do país. Somente os estados de Kentucky e Louisiana apresentaram degradação das condições das lavouras.
O relatório também já abrange as primeiras ocorrências de vagem nas lavouras. Os destaques ficam por conta dos estados do Sul, que estão bem mais avançados do que o esperado para o período. As más condições em Kentucky, também refletem na ocorrência de vagens, que ainda não chegam a representar nem 1% da área plantada. Em Iowa, estado da maior produção do país, ocorrem três vezes mais registros de vagens do que o esperado para o período e 77% das lavouras apresentam condições classificadas como “boas” ou “excelentes”.
Nos próximos 7 dias na região produtora americana, as chuvas serão novamente irregulares, mas com predominância de tempo favorável para produção de soja. Apenas em algumas áreas do Norte as chuvas serão abaixo do esperado para o período. Como levantamento das condições das lavouras continua demonstrando, o calor e a irregularidade das chuvas não estão afetando muito a umidade dos solos.
A matriz Apexsim de fatores que influenciarão o mercado de soja nesta semana