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Eleições: Será Que os Principais Candidatos à Presidência Investem Bem?

Publicado 16.08.2022, 08:20

Durante a última semana, praticamente todos os veículos de imprensa noticiaram a declaração de patrimônio dos candidatos à presidência do Brasil. O perfil dos postulantes varia, mas, de um modo geral, alguns padrões se repetem e isso gerou um certo “burburinho” na Faria Lima. Isto porque os ativos dos políticos não são lá dos mais rentáveis e líquidos. 

Quando olhamos para o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), o total de bens chega a R$2,317 milhões. Com uma ou outra exceção de passivo, o atual chefe de estado brasileiro investe uma quantia importante de seus recursos em imóveis - principalmente -, poupança e participações de empresas. 

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Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresenta um cenário um pouco mais amplo, com a poupança entre as opções com menos relevância dentro do montante declarado de R$7,423 milhões. Por outro lado, há um plano de previdência privada do tipo VGBL, que concentra a maior parte dos recursos, seguida de imóveis (apartamentos e terrenos), renda fixa, cotas de capital de empresas e fundos. 

Ciro Gomes, que tem aparecido em terceiro lugar nas pesquisas, também possui um plano VGBL, poupança e participações de capital, mas os imóveis, especialmente, compõem a maior parte do patrimônio de cerca de R$3 milhões do ex-ministro. 

Por último, Simone Tebet, que tem aparecido em quarto lugar nas pesquisas, tem os seus recursos alocados, majoritariamente, em imóveis como apartamentos, casas e terrenos. São cerca de R$2 milhões no total. 

Neste ponto, já pudemos perceber que os principais candidatos têm uma predileção clara por empreendimentos imobiliários físicos. Apenas um ou outro vice de chapa investe em fundos imobiliários ou ações. Mas, de modo geral, a composição patrimonial de todos é bastante semelhante e de baixa liquidez. 

Há, porém, uma explicação bastante razoável para este perfil, que não é algo característico só desses políticos, mas, sim, de muitos brasileiros. Isto por conta do cenário de hiperinflação que o Brasil viveu no passado. À época, comprar casas, terrenos e apartamentos era uma forma comum de proteção de capital. 

Vale lembrar também que o arcabouço legal para o investimento em mercado de capitais em meados dos anos 1990 também era bastante incipiente e dificultava a diversificação. Contudo, este cenário mudou. Ainda que tenha problemas, a nossa moeda se tornou mais forte e ativos financeiros como ações, fundos e títulos de renda fixa se tornaram mais acessíveis para todas as parcelas da população. 

Por outro lado, o VGBL parece ser a classe mais interessante encontrada na composição de bens dos candidatos uma vez que é um veículo eficiente do ponto de vista tributário e patrimonial - por ser usado para aposentadoria, os recursos alocados neste tipo de investimento não podem ser congelados ou confiscados.  

Para encerrar, vale ressaltar que não há uma receita pronta para todos os tipos de pessoas. Cada caso é um caso e é importante que as estratégias de investimentos sejam traçadas de acordo com o perfil de cada um. Porém, um pouco de liquidez na carteira seria bom para os nossos postulantes à presidência.

Bons negócios!

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