Sabemos pela história que determinados eventos ou acontecimentos impactam diretamente o valor do câmbio. Os investidores podem ficar mais receosos com períodos de instabilidade no país, que geram incertezas perante às suas decisões. Além disso, o real brasileiro, assim como praticamente todas as moedas do mundo, oscila de acordo com a queda ou escalada do dólar norte-americano, pois situações externas ao Brasil também têm a capacidade de trazer volatilidade à moeda local. Em 2022, o risco de oscilação é alto por dois motivos: as eleições presidenciais e uma possível crise nos mercados internacionais.
No primeiro caso, vale ressaltar que o processo eleitoral por si só não é necessariamente um presságio de movimentações extremas na taxa cambial brasileira, porém é um cenário que propicia a ocorrência de situações políticas marcantes. Especificamente para este ano, essas circunstâncias são muito prováveis devido à polarização a qual o país se encontra, que deve agravar ainda mais no período próximo à escolha do novo presidente da República. A ameaça de uma crise institucional, com os embates frequentes entre os Três Poderes, tem se tornado recorrente nos últimos anos e não deve se dissipar tão rapidamente com os cidadãos divididos entre os candidatos.
Exemplos históricos de como a política abalou o mercado não faltam. Em 2002, a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva gerou uma percepção de risco aos investidores em relação ao novo governo, o que levou a uma rápida escalada do dólar. Ou ainda se olharmos apenas para uma grande movimentação em Brasília, não diretamente ligada a uma eleição, podemos pensar no "Joesley Day"; no dia 18 de maio de 2017, após a divulgação de gravações telefônicas que atingiram o então presidente Michel Temer, o real brasileiro teve a maior desvalorização relacionada a um evento político, com queda de 8.8% em um só dia.
Ou seja, é pouco prudente apostar em um período eleitoral estável em 2022. Somado a esse fator, temos o risco da explosão de diversas crises internacionais, que são historicamente os motivos que causaram os maiores movimentos da taxa de câmbio do Brasil. No país, alguns casos emblemáticos desse teor e que impactaram a economia nacional foram a crise financeira global, em 2008; a queda das ações chinesas, em 2015; a tensão geopolítica entre Estados Unidos e China, em 2018; e a recente pandemia de covid-19.
Atualmente, um dos maiores riscos de instabilidade mundial está atrelado à subida de juros e à retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos. Para o mercado, um indicador preocupante é a diferença entre as taxas de juros do Tesouro do país norte-americano de 10 e 2 anos. Quando esse número chega próximo de zero, é um forte sinalizador de recessões na economia da nação em questão, como ocorreu em 1980-1982, 1990-1991, 2001, 2007-2009 e 2020. Hoje, o indicador sugere risco de recessão entre os próximos 12 a 24 meses.
Além disso, a volatilidade do real brasileiro também pode se intensificar por desdobramentos de outras situações externas, como o conflito entre Ucrânia e Rússia, que segue assolando a Europa e tende a trazer ainda mais repercussões negativas para a economia do continente e aos preços globais de commodities. A própria Covid-19 segue como um fator de peso que permeia as ações de investidores, especialmente com os últimos casos registrados na China; em razão da política do país asiático, o governo tem procurado conter a doença com lockdowns massivos.
Dentro deste panorama, o brasileiro não pode ficar apenas na torcida para que o cenário não piore por completo. Ele precisa recorrer a soluções que garantam uma economia sólida em períodos de instabilidade. Uma das principais alternativas que se enquadra nessa característica é a conta bancária e de investimentos gratuitas nos Estados Unidos, o que permite o armazenamento de dólares. Ter uma vida financeira com a principal moeda do planeta garante compras para objetivos pessoais sem incertezas, como viagens, e ajuda a minimizar o risco de grandes desvalorizações do real em eventos políticos ou decorrentes de crises internacionais.
Uma das palavras mais temidas no mercado financeiro é justamente "incerteza". Definitivamente, o futuro do Brasil e do mundo reserva situações em que ela possa vir a ser muito usada. Portanto, não há fórmulas mágicas para lidar com o contexto atual, mas sim ações práticas que preservam recursos. Uma conta internacional na maior potência econômica mundial é uma via que garante estabilidade em meio à volatilidade cambial. Hoje, diversas empresas trazem modelos como esse totalmente digitais e acessíveis. Ou seja, o controle das suas finanças em períodos difíceis deixou de ser uma questão de sorte; basta que o caminho certo seja escolhido.