Vingadores unidos
Na segunda-feira e terça-feira desta semana, a Marilia e o Ricardo escreveram ótimos textos explanando o que aconteceu nos últimos dias.
Pois bem. Hoje, chegou a minha vez de dar minha contribuição pertinente (pitaco).
Sim, os analistas da Nord, seguindo rigorosamente a letra da lei, pensam de maneira independente e atuam com opiniões próprias.
Pense em nós como "Os Vingadores" – cada um com seu superpoder, mas unindo forças contra perigos maiores.
O que aconteceu nos últimos dias é o equivalente à ameaça de Thanos: a maior ameaça para seu dinheiro é o governo brasileiro.
O governo brasileiro gasta demais e gasta mal, quebra e destrói a economia.
Pensando SEMPRE a longo prazo, precisamos nos preparar para o que vem aí – as eleições de 2022.
Duvido que você acerte de qual vingador eu gosto mais...
O que aconteceu?
É simples: Nosso presidente, Bolsonaro, é político.
Bolsonaro é político e sua aprovação vem caindo.
Bolsonaro é político, sua aprovação vem caindo e os caminhoneiros, sua base eleitoral, estavam ameaçando uma greve.
Ao mesmo tempo, Castello Branco, que vinha fazendo um trabalho FENOMENAL na Petrobras (SA:PETR4), decidiu “trucar” – combinou com o chefe (Bolsonaro) que seguraria o aumento de preços dos combustíveis (até que o governo reduzisse os impostos), mas fez o repasse antes do combinado.
Além disso, deixou escapar: "caminhoneiros não são problema meu".
Deu no que deu.
O que acham os otimistas?
Os otimistas viram um presidente truculento (um elefante na loja de cristais) que cria problemas onde eles não existem ou que transforma probleminhas em problemões.
Mas Bolsonaro continuaria com o mesmo direcionamento que tinha desde que foi eleito em 2018.
As reformas, importantíssimas para o crescimento do país, estariam andando e, com a nova liderança no Congresso, teríamos uma chance ímpar de aprovar o que precisamos para deslanchar.
A demissão de Castello Branco na Petrobras seria um "mal necessário" para não deixar a greve dos caminhoneiros acontecer e mantermos nossa recuperação econômica em marcha.
Eu entendo esse posicionamento.
O que acham os pessimistas?
Os pessimistas estão vendo Bolsonaro se transformar em Dilma Rousseff.
O voluntarismo na economia, as declarações atrapalhadas e a tomada de decisões intempestiva e sem consultar seu time de especialistas seriam sinais de alerta.
O Executivo Federal não teria ajudado na aprovação de nenhuma das reformas (o mais importante para retomarmos o crescimento) e estaria constantemente atuando contra sua aprovação.
Mais gastos com auxílio emergencial e a incapacidade deste governo de fazer a economia andar nos levaria a mais uma crise de confiança na solvência do país (o maior risco da história brasileira).
Além disso, ainda estamos atrasados com a vacinação, mais um impedimento para que a economia se recupere.
Eu também entendo esse posicionamento.
O que o Bruce (Banner?) acha?
Não é a primeira vez que isso acontece.
Já tivemos diversas outras crises parecidas e, vou admitir para vocês, fiquei EXTREMAMENTE preocupado quando Sergio Moro saiu. Minha maior certeza é que teremos outras crises como esta até o fim de 2022.
Sinceramente, acho que os dois lados têm um pouco de razão.
Dilma foi a pior presidente da história; Bolsonaro faz, sim, um governo muito melhor (até agora).
Passamos a reforma mais importante (previdência) e outras menores.
Continuamos com uma pauta bastante positiva no Congresso (a privatização da Eletrobras (SA:ELET3) sairá?).
Em 2020, poderíamos ter tido uma economia deslanchando, mas fomos pegos de surpresa pela pandemia.
Ao mesmo tempo, o Governo Federal falhou em se preparar para a vacinação e poderia ajudar (MUITO) mais no corpo a corpo das reformas.
Não temos o melhor governo da história, mas também não temos o pior.
Começaram as eleições de 2022
Minha maior preocupação é com a plataforma de governo que Bolsonaro apresentará nas próximas eleições.
Políticos querem ser eleitos, e os acontecimentos recentes deixaram bem claro que o governo busca um discurso para elevar sua aprovação popular.
A forma bastante midiática da demissão do presidente da Petrobras deixou isso bem claro – muita coisa foi "deixada no ar" (mudanças na energia?).
A esperança do presidente Bolsonaro era de buscar reeleição com economia pujante.
Contudo, se isso não acontecer, qual será seu trunfo para buscar votos?
O risco é que o governo comprometa as contas públicas para buscar popularidade.
O auxílio emergencial é bastante popular, mas depende das reformas impopulares para abrir espaço no orçamento.
O Congresso assumirá reformas impopulares?
O problema do raciocínio acima é que, se o governo estiver olhando para as eleições de 2022, quem assumirá o ônus da aprovação das reformas?
As reformas são ESSENCIAIS para que o Brasil pague suas dívidas e a economia retome o crescimento sustentável.
Assim como o Executivo é político, o Legislativo também é. Assim como o Executivo precisa de votos, o Legislativo também precisa.
Estariam Rodrigo Pacheco e Arthur Lira (e outros deputados e senadores) mais preocupados com o futuro do país do que com seus próprios futuros políticos?
Estariam eles dispostos a atacar privilégios e grupos de interesse sem o apoio do governo?
Estamos observando atentamente.
Os próximos dias serão importantíssimos (votação da PEC Emergencial amanhã, dia 25 de fevereiro).
Estamos observando atentamente.
Investindo para as eleições de 2022
Em nossa estratégia, nada muda.
Bolsa é sempre e para sempre.
Continuamos procurando por empresas melhores e mais baratas que a média do mercado.
Empresas que possuem dinâmica de crescimento próprio, independentemente do PIB e de eventos macroeconômicos (eleições, dólar, PIB etc.).
Empresas que negociam a preços baixos demais (EV/Ebitda e Preço/Lucro) para a qualidade do crescimento que apresentam.
Mas olhando o que pode acontecer até as eleições em 2022, repensaremos outros pontos importantíssimos.
Para quem está com alocação em bolsa elevada demais, esta é a hora de repensar.
Para quem precisa de caixa nos próximos 2 ou 3 anos, é hora de colocar um pouco no bolso.
Continuamos de olho nos sinais que nos enviam de Brasília.
Prepare-se para 2022.