Nas últimas semanas vimos a derrocada das empresas do setor de educação puxada por vários motivos, dentre eles: resultados mais fracos e guidances mostrando crescimento menor.
E ótima reportagem do Valor de hoje mostra o tamanho do problema: o FIES foi 61 por cento da base de alunos de Kroton (SA:KROT3) em 2014, hoje é 28 por cento e deverá ser apenas 5 por cento em 2 anos.
E os efeitos dessa redução devem ser 2:
1: maior competição - Com menos financiamento barato “na praça” as faculdades deverão ter maior dificuldade em vender seus produtos.
2: menor margem – as educacionais sempre negaram, mas é óbvio que dinheiro do Governo jorrando no setor permitiu mensalidades muito mais altas.
E já começamos a ver os efeitos práticos do “sumiço” do FIES nos balanços das companhias. Kroton, a maior, mais eficiente, mais bonita, mais esperta, mais maravilhosa e benchmark do setor
Tudo isso aconteceu logo após o sellside puxar as educacionais para valores altos demais para ser verdade. Por algum motivo, as corretoras decidiram que educação era “sexy” só no meio de 2017.
Resultado: KROT cai -47 por cento das máximas, Estácio (SA:ESTC3) -23 por cento, Ser (SEER3 (SA:SEER3)) -48 por cento e Anima (SA:ANIM3) -34 por cento.
E, após as quedas, Kroton já parece barata a 10x lucros e 8x Ebitda e com a expansão iniciada no ensino fundamental.
Mas, apesar das quedas, ainda não vemos oportunidade de entrar nas companhias no curto prazo. Primeiro precisamos esperar que o mercado absorva as perspectivas menos positivas.
Adoramos Kroton, mas gostaremos ainda mais quando as expectativas para a empresa forem as piores possíveis.
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