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Economia dos EUA mostra mais vigor do que se previa recentemente

Publicado 07.11.2022, 10:35
Atualizado 09.07.2023, 07:31
BAC
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No início de outubro, a perspectiva de curto prazo para o ciclo de negócios nos EUA estava um pouco nebulosa, e a previsão era que a atividade ficasse levemente negativa no início de novembro.

Após quatro semanas, no entanto, houve uma reversão desse cenário, e a atividade econômica novamente voltou a apontar para um nível moderadamente positivo no futuro imediato. Ainda há um risco de recessão no horizonte, mas, por enquanto, a tendência macro de curto prazo se fortaleceu.

Os últimos números refletem uma tendência levemente mais forte para  a economia dos EUA do que se previa anteriormente no CapitalSpectator.com. Em 5 de outubro, escrevi que a recessão definida pela NBER, agência nacional de pesquisa econômica, poderia ter início em novembro, com base em um conjunto de dados próprios publicados pelo Relatório de Risco de Ciclo de Negócios nos EUA. Havia certa expectativa de contração, praticamente indistinguível de uma estagflação, o que era um sinal de que a previsão poderia passar por uma revisão. No entanto, nas três semanas posteriores, a previsão se manteve.

Na atualização desta semana, a estimativa para novembro se fortaleceu, e a expectativa agora é que a atividade nos EUA estenda seu período de crescimento lento. 

Uma razão para a melhora foi a divulgação de dados robustos de gastos dos consumidores no relatório de setembro. Como declarou o CEO do Bank of America (NYSE:BAC) na semana passada:

“Estamos vendo uma mitigação da taxa de crescimento, não uma desaceleração. Não um crescimento negativo. Ao elevar os juros e desacelerar a economia para combater a inflação, é de se esperar que haja uma queda nos gastos dos consumidores. Isso ainda não aconteceu”.

A atividade relativamente mais firme gerou uma revisão das estimativas prospectiva do Índice de Tendência Econômica e do Índice de Momento Econômico (ETI e EMI, respectivamente, na siglas em inglês), na atualização de 30 de outubro do relatório mencionado. Após várias semanas de publicações de estimativas abaixo dos seus pontos de inflexão para novembro (50% e 0%), novos dados elevaram as projeções, que agora mostram que este mês escapará da leve contração anteriormente prevista.

Indicadores de tendência e momento econômico

O ETI e o EMI são calculados com base em uma ampla gama de indicadores econômicos e financeiros dos EUA. Os indicadores têm um histórico muito bom na identificação dos pontos de virada do ciclo de negócios e das datas de começo e fim de recessões, tal como define a NBER.

Indicadores de tendência e momento econômico

As idas e vindas nas previsões, variando de uma leve recessão até uma moderada expansão, ressaltam como está sendo desafiador fazer uma análise macro dos EUA. Diversos setores da economia americana desafiaram as previsões recentes de performance mais fraca, graças principalmente à resiliência dos gastos dos consumidores e ao atual crescimento do mercado de trabalho local. Contudo, ainda há diversos sinais de alerta, além de bons argumentos para se acreditar que se conseguiu atrasar, mas não evitar, uma leve recessão.

A combinação de inflação elevada e juros em alta são uma parte fundamental do cálculo. Embora a expansão econômica tenha-se mostrado mais durável do que se esperava, os obstáculos ainda estão crescendo e, por isso, o panorama no curto prazo ainda continua complicado. Como sempre, ainda é difícil estimar com exatidão quando uma recessão teria início, quanto tempo duraria e qual seria a queda da produção. No entanto, no atual ambiente, devido ao peso de diversos fatores de risco importantes na perspectiva geral, o panorama de curto prazo continua instável.

O economista de Harvard, Kenneth Rogoff, afirmou:

“É necessário observar o mundo, que está numa condição ruim. É muito difícil que os Estados Unidos resistam a isso. Meu temor é que não apenas teremos uma leve recessão, mas que as chances de enfrentarmos uma crise significativa são muito grandes”

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