A ampla liquidez global, boom das commodities dando força para a balança comercial e perspectiva de novos apertos na taxa de juros traz o dólar mais perto dos R$ 5,00. Parece que, por enquanto, esse é o novo patamar da moeda, principalmente com os próximos ajustes nos juros.
Ainda sobre o Copom, muita coisa aconteceu desde a última reunião, destaque aqui para a crise hídrica que despertou um risco extra a inflação. Essa inflação pode ser temporária, o que acarretaria em não aumentar ainda mais a taxa em agosto. Para a semana que vem é certo os 0,75 ponto percentual, a dúvida é referente ao ajuste total do ciclo, que pode passar de 6,5% este ano. Apesar de todos esses fatos, ainda temos muita volatilidade. Ontem, o mercado testou mínima de 5,0188 e máxima de 5,0859, aguardando dados da inflação americana.
O IPCA de 0,83% foi o maior para um mês de maio desde 1996. Inflação segue bem acima do teto da meta do governo para o ano, que é de 5,25%. Energia elétrica saltou 5,37% e foi o item que mais pesou no índice mensal. A uma semana do Copom, esta foi a estrela do dia de ontem. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS, subiu 0,96% em maio, contra 0,38% em abril. Essa é a maior variação para um mês de maio desde 2016, quando o índice foi de 0,98%.
Tanto o IPCA quanto o INPC altos devem acelerar o debate em torno da comunicação do Banco Central, que, pressionado por parte do mercado, pode eliminar do comunicado a expressão sobre ajuste parcial do juro. Ainda há a resistência de Campos Neto sobre mudar a estratégia, pois, segundo ele, uma normalização da política monetária pode derrubar a inflação abaixo da meta no ano que vem. A melhora das perspectivas fiscais (maior arrecadação), aumento do PIB e a volta da atividade comercial (vendas do varejo de abril), dentre outros fatores, está deixando o real apreciado.
A luta Pandemia x Vacina ainda é a “bola da vez” e merece atenção, principalmente sobre a duração da extensão do auxilio emergencial, fato que gera desconforto no mercado. A questão do auxilio coloca à prova o recente alívio da melhor percepção fiscal de curto prazo, diante do PIB aquecido. Se as pressões na inflação e o ritmo da atividade econômica exigirem, pode haver altas mais intensas na Selic ou um ciclo mais longo.
MP da Eletrobras (SA:ELET3) deve ser votada entre hoje e inicio da semana que vem.
Estrangeiros estão com apetite pela nossa bolsa, com entradas significativas de capital externo na B3 (SA:B3SA3).
Na China, a inflação ao consumidor registrou alta de 1,3% em maio, um pouco menor do que os 1,5% previstos. Mas o índice de preços, que tinha a previsão de vir 8,6%, disparou para 9%.
Ficamos no aguardo de um dos dados mais esperados na semana pelo mercado dos Estados Unidos, o IPC. A dúvida esté em se um IPC forte vai animar ou se o emprego terá que se recuperar antes. Acredito que haverá a manutenção da postura expansionista do Federal Reserve, que tende a beneficiar ativos de países emergentes, uma vez que os investidores estrangeiros vão buscar rendimentos mais altos fora dos Estados Unidos.
Produção industrial nacional de abril caiu 1,3% frente a março, conforme divulgação do IBGE.
O fluxo cambial registrou uma saída líquida de US$ 1,821 bilhão em maio, fazendo deste o primeiro mês negativo do ano, depois de registrar entradas líquidas de US$ 3,990 bilhões em abril. O fluxo cambial total do ano de 2021 até 4 de junho foi positivo em US$ 10,455 bi.
Dados de hoje: a decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre a taxa de juro de curto prazo. A decisão sobre onde estabelecer as taxas de juro depende principalmente da perspectiva de crescimento e inflação.