O Brasil tem surgido como opção especialmente atraente para agentes estrangeiros, uma vez que o patamar elevado da taxa Selic torna investimentos locais atrelados aos juros básicos mais rentáveis.
Na ata da última reunião do Copom o Banco Central sinalizou que pode encerrar a era de aumentos de juros em maio, com ajuste de 1 ponto percentual, embora tenha mostrado disposição de endurecer sua postura caso o cenário evolua desfavoravelmente.
O real, por ora, parece imune aos ruídos envolvendo o Fed. Depois de, na semana passada, o Federal Reserve elevar os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual, algumas autoridades disseram que podem optar por ajuste de 0,5 ponto já em maio, caso a inflação assim exija.
Em 2022, o dólar acumula queda de mais de 13% frente à moeda brasileira, o que deixa o real com a melhor performance global acumulada até o momento. A moeda americana vem cruzando suportes importantes como R$5,00, R$4,90, R$4,85 de forma sucessiva. Não dá para saber até onde a queda vai, como fogo, contra fluxos não há argumentos.
Ontem, o dólar à vista fechou em R$ 4,8446 na venda. Rompendo o suporte de R$ 4,85.
A queda se apoia em entrada de fluxo de investidores estrangeiros, que induz ampliação do movimento de desmontagem de posições cambiais defensivas no mercado futuro, uma vez que esses players seguem desviando capitais que iriam para a Rússia e China rumo a mercados emergentes.
Diferentemente do real, que tem se valorizado a cada dia, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, terminou o dia em alta, em uma sessão marcada pelo mercado mais avesso ao risco, com o petróleo em forte alta. Além disso, investidores estiveram de olho em comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Nos últimos dias, autoridades da instituição adotaram um tom mais hawkish para a perspectiva da política monetária.
Hoje há a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação no Brasil e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Nos EUA, os pedidos iniciais por seguro-desemprego, PMI e discursos de dirigentes do Fed.